Publicado 17/04/2021 17:59
Rio - Os três advogados que assumiram a defesa de Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, reforçaram em nota divulgada neste sábado (17), que têm observado uma "repetição de um comportamento padrão de violência contra mulheres e crianças" por parte do vereador Dr. Jairinho. A defesa insistiu também no pedido para que Monique preste novo depoimento, já que outras testemunhas foram ouvidas novamente, como foi o caso da empregada.
Na última quarta-feira (14), um dos advogados da mãe de Henry, Hugo Novais, disse na porta da 16ª DP (Barra da Tijuca) que sua cliente precisava ter voz. "Chegou o momento de a Monique falar de maneira isenta. Ela vai ter a oportunidade de prestar novo depoimento. E, neste momento, ninguém pode falar em nome da Monique. A estratégia que a defesa tem é exclusivamente uma: que a Monique diga a verdade", disse o advogado.
Empregada presta novo depoimento à polícia
Em depoimento na última quarta-feira (14), a empregada doméstica que trabalhava no apartamento de Monique Medeiros e Jairo Souza, mãe e padrasto de Henry Borel, 4 anos, morto no dia 8 de março, trouxe mais detalhes da rotina de horror que a criança vivia. A doméstica, de 57 anos, que a reportagem irá identificar pelas iniciais L.M., disse que Monique dava, três vezes ao dia, remédios para ansiedade a Henry, com o intuito de fazer a criança dormir. Além disso, relatou, na sede policial, vômitos frequentes do menino e um ataque de pânico que ele teve ao viajar no carnaval com o casal.
Henry morreu no apartamento que vivia com a mãe e o padrasto, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. De acordo com a perícia, ele foi morto após ser espancado, dentro do apartamento. O casal, que já está preso, até agora mantém a versão de acidente doméstico para as 23 lesões que causaram a morte da criança.
Confira a nota dos advogados de Monique na íntegra:
"Dentro do objetivo de atuar com a verdade, a defesa da Sra. Monique Medeiros, insiste na necessidade da sua nova audição pelo Senhor Delegado de Polícia que preside o Inquérito e faz um público apelo, para a referida Autoridade Policial, neste sentido. Se várias pessoas foram ouvidas novamente, não tem sentido deixar de ouvir Monique. Logo ela que tanto tem a esclarecer. Não crê a defesa que exista algum motivo oculto para “calar Monique” ou não se buscar a verdade por completo.
A defesa observou, do estudo dos novos elementos do Inquérito, que há repetição de um comportamento padrão de violência contra mulheres e crianças. Neste lamentável caso, a diferença foi a morte da criança.
Rio de Janeiro, 17 de abril de 2021.
Thiago Minagé
Hugo Novais
Thaise Mattar Assad
Advogados"
Rio de Janeiro, 17 de abril de 2021.
Thiago Minagé
Hugo Novais
Thaise Mattar Assad
Advogados"
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.