Cortejo contou com mais de 500 pessoas no cemitério Jardim da SaudadeLuciano Belforfd
Por Lucas Cardoso e Thalita Queiroz*
Publicado 07/05/2021 16:57
Rio - Sob forte comoção, o policial civil André Frias, de 48 anos, foi enterrado na tarde desta sexta-feira (7), no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. A esposa do inspetor morto estava bastante abalada durante o cortejo. "Ele sempre falou que queria morrer fazendo isso. Ele me abraçou de madrugada e disse que iria voltar. É muito triste. Foi um pedaço de mim que partiu. É muito dolorido", disse ela.
O enteado de André, de 10 anos, chorando copiosamente, agradeceu a presença do policial na sua vida: "Te amo muito. Te amo muito. Você foi o melhor pai do mundo", declarou o menino que em seguida cobriu o caixão do policial com uma camisa da Polícia Civil usada pelo padrasto. A mãe do policial, que é acamada há três anos por conta de sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), não pode comparecer na despedida do filho.
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Rio de Janeiro 07/05/2021 - Foi sepultado nesta tarde no Cemitério Jardim da Saudade de Sulacap,o corpo do inspetor André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, morto quando deixava o veículo blindado, chamado de caveirão, para remover uma das barricadas na comunidade do Jacarezinho. Na foto acima o enteados do policial. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia - Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 07/05/2021 - Foi sepultado nesta tarde no Cemitério Jardim da Saudade de Sulacap,o corpo do inspetor André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, morto quando deixava o veículo blindado, chamado de caveirão, para remover uma das barricadas na comunidade do Jacarezinho. Na foto acima o enteados do policial. Foto: Luciano Belford/Agencia O DiaLuciano Belford/Agencia O Dia
Durante o cortejo, um helicóptero da Polícia Civil despejou pétalas de rosas sob o caixão de André. O ato foi seguido por uma salva de palmas dos cerca de 500 amigos e policiais que acompanharam o enterro. Também houve uma salva de tiros disparadas por oito policiais em homenagem ao policial.
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Colegas de farda se despedem de policial morto Luciano Belforfd
"O André não é um número. É um irmão, irmão de farda. O André nunca será esquecido. Ele era o cara mais apaixonado pela polícia que eu conhecia. Ele ama isso aqui, ama isso aqui", disse um colega de farda do policial, que terminou o discurso em lágrimas.
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O delegado Allan Turnowski, secretário estadual de Polícia Civil, também compareceu ao enterro do colega de profissão. "Para quem conhece um pouco de operação, o traficante atira para fugir, mas ontem eles atiraram para guardar posição, para matar. Eles tinham ordem para confrontar, eles não correram", disse o secretário. Agentes da Polícia Rodoviária Federal também compareceram na despedida ao agente da DCOD.
O enterro começou com atraso de 15 minutos e terminou às 16h20.
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Parentes e amigos do policial civil também falaram do amor que ele tinha pela corporação. Segundo amigos do policial, ele teria vendido imóvel herdado para bancar estudos para se tornar agente.

"O André era uma pessoa muito extrovertida, muito alegre. Sempre foi um grande amigo. Sempre sonhou em ser profissional. A vida dele era em função disso. Para você ter noção, ele recebeu um imóvel como herança de família e vendeu essa casa para bancar os estudos da prova da polícia. Tomou pau em uma, tomou pau em outra prova, mas quando ele conseguiu fizemos uma festa gigante. Desde adolescente ele tinha esse amor, sonho de servir a polícia", contam os amigos de infância do policial civil, Tárcio Carvalho, 44, e Luiz Alberto Júnior, 48.
André Frias integrava a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) e era conhecido dentro da corporação pelo gosto do combate à criminalidade. O agente já passou por especializadas como a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC).
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*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes
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