Policial Civil André Frias foi baleado na cabeça, quando retirava uma barricada, e não resistiu
Policial Civil André Frias foi baleado na cabeça, quando retirava uma barricada, e não resistiuReprodução
Por Lucas Cardoso
Rio - Parentes e amigos do policial civil André Frias, de 48 anos, morto, nesta quinta-feira (6), durante operação que matou 27 suspeitos no Jacarezinho, falam do amor que ele tinha pela corporação. Segundo amigos do policial, ele teria vendido imóvel herdado para bancar estudos para se tornar agente.

"O André era uma pessoa muito extrovertida, muito alegre. Sempre foi um grande amigo. Sempre sonhou em ser profissional. A vida dele era em função disso. Para você ter noção, ele recebeu um imóvel como herança de família e vendeu essa casa para bancar os estudos da prova da polícia. Tomou pau em uma, tomou pau em outra prova, mas quando ele conseguiu fizemos uma festa gigante. Desde adolescente ele tinha esse amor, sonho de servir a polícia", contam os amigos de infância do policial civil, Tárcio Carvalho, 44, e Luiz Alberto Júnior, 48.
André Frias integrava a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) e era conhecido dentro da corporação pelo gosto do combate à criminalidade. O agente já passou por especializadas como a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). 
Publicidade
O inspetor era quem cuidava da mãe, acamada há três anos por conta de sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). 
O policial esteve na equipe que realizou uma das maiores apreensões de fuzis no Estado do Rio. Em junho de 2017, a DRFC, com a Polícia Federal, encontrou 60 fuzis modelos AK-47, G3 e AR-10 que estavam escondidos dentro de aquecedores de piscina no terminal de cargas da Receita Federal, no Aeroporto Internacional Tom Jobim.
Publicidade
André estava em um veículo blindado que precisou parar em um ponto da comunidade por conta de uma barricada montada por traficantes. Aos descer do veículo, os agentes foram surpreendidos e o policial acabou atingido na cabeça. Outros dois policiais também ficaram feridos, mas sem gravidade. O corpo do inspetor será enterrado às 15h30 desta sexta-feira (7), no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.
Na operação, 24 suspeitos foram mortos, um suspeito baleado e dez foram presos. Apesar do alto número de letalidade, a polícia ainda não divulgou a identificação dos mortos. Duas pessoas que estavam em uma composição do MetrôRio foram baleadas quando o veículo passava pela estação Triagem.