Publicado 20/05/2021 07:12
Rio - A Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio (MPRJ) realizaram, nesta quinta-feira (20), uma operação contra um sistema de fraude tributária milionária na Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Os alvos da operação foram o ex-prefeito de Saquarema, na Região dos Lagos, Antônio Peres Alves, e o ex-presidente da CBV, Ary Graça Filho.
Vinte mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Leblon, Barra da Tijuca, Copacabana, Ilha do Governador e Vargem Grande, além no Município de Saquarema. Não houve ordem de prisão.
Segundo as investigações, o esquema movimentou mais de R$ 50 milhões. A justiça determinou, também, o bloqueio de R$ 52 milhões dos envolvidos. Eles foram denunciados por furto qualificado pela fraude, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Foram alvos da operação: Ary Graça Filho, ex-presidente da CBV e presidente da Federação Internacional de Voleibol (FIVB); A sede da CBV, na capital fluminense; A Cidade do Vôlei, em Saquarema e a residência do político Antônio Peres Alves, ex-prefeito de Saquarema.
De acordo com o delegado Thales Nogueira, titular da Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DCC-LD), após fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego verificou-se que em dois pequenos escritórios no Município de Saquarema funcionavam de forma fictícia mais de mil empresas que se beneficiavam de benefícios fiscais concedidos pelo então prefeito Antônio Peres Alves durante a sua gestão. Os valores obtidos com as centenas de contratos de sublocação eram repartidos entre os integrantes da organização criminosa.
Dentre as empresas investigadas, funcionavam também no local empresas de Fabio André e Marco Pina que recebiam valores da CBV para a prestação de serviços que nunca foram realizados.
Por meio de nota, a CBV disse que "recebeu nesta quinta-feira (20) pela manhã a Polícia Civil em suas sedes na Barra da Tijuca e em Saquarema, por conta de uma investigação iniciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em 2013 sobre ex-dirigentes da entidade. Funcionários da confederação prestaram todo o auxílio às autoridades policiais que buscavam documentos relativos a um suposto esquema de fraude tributária que teria contado com o auxílio do ex-presidente da CBV, Ary Graça Filho. De acordo com as investigações, a CBV teria sido vítima dos seus então dirigentes, que teriam criado contratos fictícios para desviar dinheiro da instituição. A atual gestão da confederação cooperará integralmente com a investigação e, se forem comprovados prejuízos financeiros à CBV, tomará todas as medidas necessárias para que estes valores sejam integralmente ressarcidos à comunidade do voleibol".
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