O presidente Jair Bolsonaro em evento com motociclistas em BrasíliaAFP
Por O Dia
Publicado 22/05/2021 15:24
Rio - Um evento promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido), marcado para este domingo e que irá contar com a presença do presidente, virou motivo de insatisfação entre moradores de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A "Motociata", como vem sendo chamado nas redes sociais, previsto para às 8h, em frente ao Parque Olímpico, promete receber grande número de motociclistas e, por isso, deve provocar o fechamento da Av. Embaixador Abelardo Bueno. O bloqueio da importante via tem gerado discussão em grupos de condomínios da região. 
"Ridículo. Tenho compromisso nesse horário no domingo e terei transtorno por causa desse palhaço", disse uma usuária Instagram, em postagem da associação de moradores feita para alertar moradores. Na mesma postagem, Alberto Monteiro também reclama do bloqueio a importante via que corta os dois bairros da Zona Oeste. "E como fica o direito de ir e vir dos moradores da região?? O governo não vive defendendo esse direito?", questionou.

Outra moradora do bairro, também comentou na postagem o incômodo com a situação e questionou ao prefeito se aglomerações voltaram a ser permitidas, já que a expectativa dos organizadores é de receber mais de 10 mil motociclistas. "@prefeitura_rio @eduardopaes essa aglomeração foi autorizada pela prefeitura?!! Façam alguma coisa!", compartilhou.
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Apesar do informativo confirmando o bloqueio da via, a CET-Rio informou que dará apoio para auxiliar na gestão do trânsito durante o evento conforme demanda. Desse modo, não há alterações oficiais do trânsito por parte da Prefeitura do Rio.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) também avisou que apenas prestará apoio de trânsito ao evento, com suporte da Guarda Municipal. Os guardas devem acompanhar os motociclistas em todo o percurso da "Motociata", que deve começar no Parque Olímpico e ir até o Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo.
Em nota, a Polícia Militar informou que o evento irá passar pela área de quatro unidades da Corporação, sendo elas o 2º BPM (Botafogo), 19° BPM (Copacabana), 23° BPM (Leblon) e 31° BPM (Barra da Tijuca).

“A fim de garantir a ordem e a segurança da população durante a manifestação, serão mobilizadas mais de 20 unidades da Polícia Militar, com cerca de mil homens empregados. As Unidades de Polícia Pacificadora da Rocinha e do Vidigal terão emprego voltado para as comunidades até o término do evento, tendo em vista a utilização da Autoestrada Engenheiro Fernando Mac Dowell (antiga Lagoa-Barra) e a Avenida Niemeyer como percurso do comboio presidencial”, explicou a PM.

A nota ainda diz que o Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) vai acompanhar a evolução da manifestação. Também haverá efetivo atuando na Operação Praia e o Batalhão de Vias Expressas (BPVE) estará na Linha Amarela, Avenida Brasil, Linha Vermelha e Transolímpica.

“O BEPE fará o policiamento do local do evento e nas áreas de dispersão e o BPTur reforçará o policiamento no aeroporto Galeão. Além disso, outras unidades do COE estão a postos para o caso de qualquer intervenção. Todos os policiais militares estarão utilizando máscara facial, de acordo com as medidas sanitárias vigentes durante a pandemia do coronavírus.”
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O "passeio de moto com o Bolsonaro" é organizado por um ex-assessor e amigo pessoal do presidente da república, Waldir Ferraz. Segundo publicação em sua rede social, a expectativa é de que mais de 10 mil motociclistas participem do ato. 
Momento

Essa não é a primeira vez que o presidente participa de eventos que resultam na aglomeração de pessoas. Nesta sexta-feira, Bolsonaro foi multado por não usar máscara e causar aglomeração em Açailândia, no Maranhão. O auto de infração foi feito pela Secretaria de Saúde do estado. A aglomeração provocada por Bolsonaro foi ainda mais criticada devido ao momento que o estado nordestino passa no combate a pandemia por covid-19. O estado acaba de identificar e confirmar a circulação de uma nova cepa indiana do vírus no estado.

Soma-se a isso o momento enfrentado pelo governo diante dos novos fatos revelados na CPI da Covid. A inércia em relação a aquisição de vacinas da Pfizer e demora na negociação da CoronaVac. Bem como o número de vítimas do vírus no país, que já se aproxima dos 450 mil óbitos e mais de 15 milhões de diagnósticos confirmados.
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