Moradores do Morro da Providência fazem manifestação após morte de traficante. Ele acusam a polícia de execuçãoReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por O Dia
Publicado 27/05/2021 09:17
Rio - Moradores do Morro da Providência, no Centro do Rio, acusam PMs da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade de criarem uma "praça de guerra" dentro da comunidade. A denúncia ocorre depois da morte de um traficante, no dia 19 de maio, dentro de uma casa na favela, após ele se entregar. Na manhã desta quinta-feira, um grupo realizou um protesto contra as ações policiais. 
Por conta da manifestação, a circulação dos trens da Supervia e do VLT foi suspensa por mais de 30 minutos, causando uma enorme dor de cabeça para os passageiros dos transportes. 
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"A PM está entrando nas casas dos moradores sem mandados, estão roubando nossas casas. Estão criando uma praça de guerra dentro da nossa comunidade. Eles (PMs) construíram um muro em um local que era uma praça para as nossas crianças brincarem. A gente vive num lugar que precisa de saúde e educação, e os caras entram mandando bala", denunciou um morador.
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A aposentada Luzia dos Santos Viana Martins, 60, explicou o que vem acontecendo dentro da comunidade.
"Os policiais estão nos ameaçando de morte. Eu faço um apelo para o comandante: se eu aparecer morta, foi a polícia quem me matou. Pela constituição, todo mundo tem o direito de ir e vir, mas esses policiais construíram um muro que se tornou uma barricada. Todo mundo sabe que dentro das comunidades existem o chamado "poder paralelo", mas não estamos aqui para criticar a polícia e muito menos para defender bandido, queremos apenas o que é nosso por direito. Estão todos com medo. Nós temos medo da polícia, estamos sendo ameaçados", desabafou.
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Cerca de 100 moradores se reuniram com faixas e pediram pela redução da violência na região. Após o ato nas ruas, o grupo subiu a comunidade e se reuniu em uma praça.  
"A gente está aqui por conta das covardias que acontecem dentro da nossa comunidade. Estão deixando de prender para assassinar as pessoas", reclama outro morador.
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Em entrevista ao RJTV 1ª edição, da TV Globo, o major Ivan Blaz, Porta Voz da PM disse que os moradores estão sendo usado por traficantes para fazer chantagens pelo trabalho da polícia no Morro da Providência.

Ele disse ainda que o local onde os moradores reclamam da polícia ter feito barricada era uma espaço abandonado e rotineiramente usado por traficantes que atacavam policiais da UPP.
O porta voz garantiu que a polícia abriu inquérito interno para apurar a denuncia de um morador sendo agredido por PMs. "As imagens já estão com a PM e estão sendo analisadas".

Sobre a denuncia de execução do suposto traficante, disse que a PM tem por obrigação abrir inquérito e acompanhar as investigações da DH. "Todo resultado morte é alvo de inquérito interno da Polícia e esse caso está sendo apurado"
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que "na manhã do último dia 19, equipes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Providência estavam em policiamento pela comunidade quando foram atacadas por criminosos armados na localidade conhecida como "Beco 21". Após estabilizarem a região, os policiais encontraram um criminoso ferido e o socorreram ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Com ele, foram apreendidos uma pistola calibre 9 mm, um carregador, munições e um rádio comunicador. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Homicídios da Capital.
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Na ação, um policial militar ficou ferido por estilhaços e recebeu atendimento também no Hospital Souza Aguiar. Como em todas as ações da corporação que resultam em óbitos, o comando instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos.
No mesmo dia, durante continuidade nas ações de policiamento, um segundo criminoso, que possuía três anotações por tráfico de drogas, foi preso portando um rádio comunicador.
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Os ataques criminosos na comunidade se intensificaram após a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) instalar uma base avançada em um ponto estratégico para o crime organizado local, na parte alta da comunidade, o que tem incomodado as lideranças do tráfico de entorpecentes que insistem em atuar na comunidade.
O material de denúncia foi enviado à Corregedoria Interna da Corporação e um Procedimento Apuratório Interno será aberto para averiguar as circunstâncias dos fatos".
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