Publicado 01/06/2021 18:11
Rio - O relator do processo na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Alexandre Leite (DEM-SP) pediu a cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD), na leitura de seu parecer, nesta terça-feira. Leite justifica nexo causal entre os fatos narrados pela acusação no processo criminal pela morte do pastor Anderson do Carmo e a quebra do decoro parlamentar. A votação do relatório da Comissão de Ética acontecerá na próxima terça (8). Se os membros acompanharem o voto, a matéria vai para votação no plenário da Casa, com 513 deputados, cuja maioria simples (257) decidirá pela cassação ou não. Após esse processo, Flordelis terá cinco dias úteis para entrar com recurso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Caso ela não entre com recurso, a presidência da Câmara tem até 90 dias para colocar a matéria em pauta.
Segundo o relator, ela teria se valido do cargo de deputada federal para fazer com que um de seus filhos, Lucas, assumisse ter matado o religioso. Essa fato atenta, segundo ele, para a quebra do decoro parlamentar.
"Ela se utilizou do prestigio de seu cargo para que fazer com Lucas confessasse o crime, alegando que teria acesso a ministros de cortes superiores e de outras autoridades, e que poderia utilizar essa influência para ajudar a inocentá-lo caso assumisse a responsabilidade pelo crime. Esse ato que afeta a dignidade da representação popular, de modo a violar a constituição federal - o código de ética e decoro parlamentar, o que é passível de perda de mandato", disse Leite.
"Ela se utilizou do prestigio de seu cargo para que fazer com Lucas confessasse o crime, alegando que teria acesso a ministros de cortes superiores e de outras autoridades, e que poderia utilizar essa influência para ajudar a inocentá-lo caso assumisse a responsabilidade pelo crime. Esse ato que afeta a dignidade da representação popular, de modo a violar a constituição federal - o código de ética e decoro parlamentar, o que é passível de perda de mandato", disse Leite.
Flordelis é acusada de ser mandante do assassinato. A parlamentar foi a júri popular e sua defesa ainda recorre da decisão. Desde outubro de 2020, Flordelis é monitorada por uma tornozeleira eletrônica e, caso seu mandato seja cassado, poderá ser presa.
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