Flordelis afirma que pastor Anderson do Carmo ficava com mais da metade do salário dela
Deputada federal negou qualquer envolvimento na morte do marido durante depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados
Rio - A deputada federal Flordelis dos Santos (PSD-RJ) afirmou, nesta quinta-feira, que o marido, o pastor Anderson do Carmo, ficava com mais da metade do salário dela como parlamentar. Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, ela disse que o dinheiro era usado para pagar dívidas do casal e para manter a igreja em que atuavam.
“O dinheiro era nosso. Eu é que ficava com 40% do dinheiro, o restante o meu marido ficava para pagar as dívidas, as contas, as nossas contas. Esse dinheiro não era administrado só pelo meu marido. O dinheiro da igreja e da família era administrado pelo meu marido e pelo filho principal que me acusou desse assassinato”, disse a deputada.
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No início do depoimento, Flordelis lembrou como o pastor Anderson do Carmo atuava na Câmara dos Deputados. "Meu marido era uma peça fundamental. O apelido do meu marido nesta Casa era '514'. Muitos dos deputados dessa casa nem o chamavam pelo nome, passavam pelos corredores e diziam: 'E aí, 514?'. A parlamentar era eu, mas o articulador era ele", comentou.
Apesar de ser ré no inquérito da morte do marido, a deputada negou qualquer envolvimento com a morte dele. "Eu me tornei cantora renomada pelo meu talento, pela minha voz, mas foi através das articulações que ele fez. Se forem na gravadora, vão ouvir também que as reuniões, as principais reuniões, era ele quem ia", contou.
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Júri popular
Na quarta-feira, 5, a Justiça do Rio decidiu que a parlamentar irá à júri popular pela morte do marido, morto em junho de 2019, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Na decisão, assinada pela juíza do 3º Tribunal do Júri de Niterói (RJ), Nearis dos Santos Carvalho Arce, outras nove pessoas indiciadas pelo crime também serão submetidas à decisão dos jurados.
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O inquérito policial, aceito pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), concluído pelo delegado Allan Duarte, aponta a parlamentar como mandante do assassinato. Ela foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.