Caso Flordelis: filho adotivo Lucas diz que mãe tentou convencê-lo a assumir o assassinato de Anderson
Lucas Cezar dos Santos de Souza prestou depoimento de forma online ao Conselho de Ética e Decoro da Câmara dos Deputados, em Brasília
Rio - O filho adotivo da deputada federal Flordelis, Lucas Cezar dos Santos de Souza, disse, em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro da Câmara dos Deputados, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (19), que a mãe tentou o persuadir a assumir a autoria do assassinato do pastor Anderson do Carmo. Lucas prestou depoimento de forma online, pois está detido no Presídio Tiago Teles, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
Segundo Lucas, Flordelis enviava cartas a ele frequentemente e pediu para assumisse o crime, se não, ela e Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, seriam prejudicados. De acordo com a polícia, Flávio seria o responsável direto pelo assassinato do pastor.
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"Isso veio em uma carta através dos advogados do Flávio. Cheguei no presídio dias depois dele. Ficamos na mesma cela. Minha mãe mandava cartas com frequência para mim. Em uma delas, ela pediu para eu assumir a autoria do crime. Do contrário, ela e o Flávio poderiam ser prejudicados. Ela pediu para eu fazer isso, falando que não iria me abandonar e me daria toda a assistência. Inclusive a carta tinha a assinatura dela", disse o filho afetivo.
Lucas ainda afirmou que outra filha afetiva de Flordelis, Marzy Teixeira da Silva, foi a responsável pelo planejamento do crime a mando da mãe.
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"Quem entrou em contato comigo pela primeira vez foi a Marzy, em janeiro de 2019. Ela me ofereceu um dinheiro. Falou que o Anderson estava atrapalhando a vida dela, atrapalhando a vida da minha mãe e que ninguém na casa estava suportando mais ele e perguntou se eu não dava um fim nele. Na época, eu estava no tráfico de drogas. Ela me ofereceu o valor de R$ 10 mil e alguns relógios para eu dar um fim nele. E me mandou uns prints (cópias) de conversas dela com a minha mãe", disse Lucas.
No depoimento, Lucas disse que em um dos prints, Flordelis pede a Marzy que o convença a cometer o crime. "Para eu simular um assalto e matar ele. Que ela não estava mais suportando ele, que ele estava atrapalhando ela".
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Lucas afirmou, ao ser questionado pelo relator Alexandre Leite (DEM-SP), que Marzy não tinha nenhuma fonte de renda que assegurasse o pagamento do valor combinado. Ele ainda confirmou ter intermediado a compra da arma utilizada no assassinato e que Flávio tinha pago R$ 8,5 mil pela compra da arma com o dinheiro de Flordelis.
"Ele me disse que algumas pessoas estavam ameaçando ele e perguntou se eu conhecia alguém que poderia vender uma arma. Falei que sim, que conhecia alguém. Mas ele também não tinha condições financeiras para comprar a arma, já que trabalhava como motorista de aplicativo aqui no Rio. Se ela tivesse interferido para que o crime não tivesse acontecido, com certeza o Anderson estaria vivo até hoje".
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Outros depoimentos
Os deputados vão ouvir também, nesta segunda-feira, Andréa Santos Maia, esposa do ex-PM Marcos Siqueira Costa, acusada de fraudar uma carta na qual Lucas confessaria o crime.
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