Perito mostra como acontece análise de amostras biológicas que ajudam elucidar crimes
Perito mostra como acontece análise de amostras biológicas que ajudam elucidar crimesLuciano Belford/Agencia O Dia
Por Aline Cavalcante
Rio - Um fio de cabelo, uma amostra de sangue ou urina podem ser fundamentais para solucionar uma morte, seja ela acidental ou não. Desvendar um crime e buscar respostas em laboratórios desperta tanto a curiosidade, que já virou até série de televisão. Bem ao estilo CSI, famoso seriado americano que mostra a atuação de peritos criminais, uma das áreas que vem ganhando notoriedade é a da perícia toxicológica, que através de amostras biológicas revela, por exemplo, se houve abuso da álcool, drogas ou medicamentos. 
O trabalho do perito toxicologista é, através da ciência, ajudar em investigações diversas. Casos como o do menino Henry Borel e do MC Kevin contaram com a toxicologia para serem resolvidos. As análises foram feitas nos laboratórios da Polícia Civil, no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, na Zona Central do Rio. No local, são atendidas todas as demandas do estado, cerca de 400 casos por mês. "As análises para detectar se houve o abuso ou não de álcool representam o maior volume de demandas", conta o perito toxicologista da Polícia Civil Diego Rissi, 36.
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As amostras biológicas utilizadas vão depender do que se quer descobrir.
"Para saber se uma pessoas morreu de overdose, a melhor amostra neste caso é o sangue. Se o que se quer saber é se uma pessoa é usuária de drogas, o mais indicado é a urina. O cabelo é coletado em casos de exumação ou de cadáver esqueletizado", detalha o perito. 
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É possível ainda fazer análise mesmo quando o corpo já está em decomposição ou carbonizado. "Isso pode ser feito por meio do humor vítreo, um líquido obtido no olho que fica preservado durante muito tempo", informa Rissi.
Etapas do processo
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"Tudo começa com a coleta de amostras biológicas, que passam por um processo químico de purificação, aonde se isola a substância para que ela fique pacífica de ser analisada", explica o perito.
No laboratório, ficam os equipamentos como o cromatógrafo à gás (detectam a presença e quantidade de álcool), o espectrômetro de massas (identifica a presença de drogas) e o cromatógrafos para líquidos (que acusam uso de venenos, chumbinho e substâncias abortivas, por exemplo).
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Uma análise, dependendo do caso, pode demorar meses.