A discussão sobre o aumento no valor da passagem alcançou o Trend Topics do Twitter, com mais de 1190 menções. Foi o maior reajusta nos últimos sete anos de acordo com levantamento feito pelo DIADivulgação
Por Jenifer Alves
Publicado 15/06/2021 15:45 | Atualizado 15/06/2021 15:46
Rio - Para impedir o aumento da tarifa dos trens da Supervia, o coletivo "Meu Rio" deu início a uma campanha que pede a suspensão do reajuste para R$5,90 que entrará em vigor no dia 1º de julho. A empresa diz que, não houve um acordo com o governo do estado sobre o novo valor das passagens, ainda assim, o preço definido em dezembro e aprovado pela Agetransp será implementado. 
Uma das organizadoras da campanha, Letícia Castro, que mora em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, explica que utiliza os trens da Supervia frequentemente. Ela defende que os usuários não têm qualidade nos serviços oferecidos pela empresa.
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"Sempre tive que pegar o ramal Santa Cruz. O trem sempre está cheio, é lento, muitas vezes quebra, não traz o mínimo de qualidade pros usuários, e quer aumentar o valor em um momento de pandemia. Com esse preço de quase R$6, um trabalhador que ganha um salário mínimo vai ter quase 25% do seu salário comprometido em transporte", detalhou.
O coletivo "Meu Rio" já havia lançado a campanha contra o reajuste das passagens em janeiro, quando a nova tarifa foi anunciada. No entanto, uma decisão da Secretaria de Transportes adiou o aumento e depois firmou a tarifa para R$5.
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"A gente conseguiu um adiamento no aumento por pelo menos 20 dias. Entre o início e o meio de fevereiro fizemos dois atos, um na frente da Agetransp e o outro na Central do Brasil. Logo depois conseguimos uma decisão de que o aumento não seria mais de R$1,20 (proposto inicialmente), mas sim de R$0,30. O que consideramos uma vitória", conta Letícia.
O valor de R$5 passou a valer no dia 23 de fevereiro, no entanto, as negociações continuaram e a Supervia disse, no dia 31 de maio que foram completos 100 dias na tentativa de um acordo com o Governo do Estado. Por conta disso, passaria a vigorar o novo ajuste no próximo mês.
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"Tivemos a notícia de que um novo aumento seria feito, o que consideramos completamente absurdo. É o segundo aumento no ano! Por isso, resolvemos relançar a campanha, fazendo pressão na Supervia e no governador Cláudio Castro, que são os alvos que estão negociando esse aumento", finalizou Letícia.
No dia 8 deste mês, a SuperVia entrou com um pedido de recuperação judicial, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). As dívidas da empresa somam aproximadamente R$ 1,2 bilhão e segundo a concessionária, grande parte do acumulado é para pagar o custo da operação deficitária durante a pandemia. No mesmo dia, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado (Fetranspor) fez um alerta sobre a incapacidade operacional da companhia e demonstrou preocupação com o atendimento à população.
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A Supervia informou que, tem o direito de efetuar a cobrança integral da tarifa, no valor de R$ 5,90, segundo o termo de concessão, tendo em vista que não houve acordo entre o órgão e a concessionária durante os cem dias de negociação.
"A concessionária tinha a expectativa de que o Poder Concedente conseguisse contribuir de forma a conter os impactos à população e adiou o reajuste, inicialmente previsto para fevereiro deste ano. No entanto, após 100 dias de negociações com o Governo do Estado, nenhum acordo foi firmado. A Agetransp também já reconheceu a necessidade de reequilíbrio do contrato de concessão referente às perdas decorrentes da pandemia, de R$ 216 milhões, valor este que deveria ser ressarcido à concessionária pelo Poder Concedente", disse a Supervia.
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