Ilha de Paquetá faz coleta de sangue de moradores para vacinação em massaDivulgação
Por O Dia*
Publicado 17/06/2021 11:34
Rio - A coleta de sangue voluntária de moradores da Ilha de Paquetá começou nesta quinta-feira, e faz parte da ação do projeto "PaqueTá vacinada", da Secretaria Municipal de Saúde, com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que vacinará toda a população a partir de 18 anos contra a covid-19 no bairro. Para evitar aglomerações, a coleta acontece hoje, na sexta (18) e no sábado (19), em horários diversos por idade e letra inicial do nome. Já a vacinação em massa acontecerá no domingo (20).
Moradores de Paquetá fazem coleta de sangue para vacinação em massa - Divulgação
Moradores de Paquetá fazem coleta de sangue para vacinação em massaDivulgação
Publicidade
Segundo a prefeitura do Rio, o estudo tem como principal objetivo avaliar os efeitos da imunização em larga escala contra a covid-19 e de que forma a vacinação em massa atua na proteção de pessoas não vacinadas, como crianças e adolescentes. Além disso, também será observado o quanto a primeira dose da vacina é capaz de evitar novos casos. Com a cobertura vacinal total da população alvo, o monitoramento epidemiológico será feito por um período que ainda será estabelecido. A ilha será o primeiro bairro 100% vacinado da capital fluminense.
Os três pontos de vacinação serão Unidade Integrada De Saúde Manoel Arthur Villaboim, Paquetá Iate Clube e Casa de Artes Paquetá. Apenas a população residente será vacinada na ação, seguindo os cadastros da Estratégia Saúde da Família. A participação de turistas que tenham ido passar o domingo na ilha será vetada.
Publicidade
Paquetá tem uma população de 4.180 moradores, dos quais 3.530 são maiores de 18 anos cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Os moradores que são regularmente atendidos na unidade de saúde da ilha já são cadastrados no sistema, com todo o histórico clínico acompanhando pelas equipes.
Publicidade
Até 31 de maio, foram aplicadas 2.923 doses da vacina contra a covid-19 pelo calendário do município para os grupos prioritários, sendo 1.853 primeiras doses e 1.070 segundas doses. No dia 20, todo o restante da população elegível será vacinado. Mas antes, os moradores da ilha passarão exame de sangue sorológico, que será repetido ao longo da duração da pesquisa.
Como a vacinação terá como público-alvo apenas moradores, a CCR Barcas informou que vai operar com a grade de fins de semana normal na Linha Paquetá
Publicidade
A vacinação, no domingo (20), será acompanhada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; pelo prefeito Eduardo Paes; pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz; e pela presidente da Fiocruz, Nisia Trindade.
Estudo com vacinação em massa
Publicidade
A pesquisa a ser realizada na Ilha de Paquetá tem semelhança com a experiência desenvolvida na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, que demonstrou efeitos positivos de uma campanha de vacinação em massa. Após atingir o percentual de 75% da população vacinada, o município, de 45 mil habitantes, apresentou uma redução significativa na identificação de novos casos de covid-19 e óbitos relacionados à doença.
O estudo, chamado de Projeto S, teve início no dia 17 de fevereiro e o objetivo era vacinar toda a população adulta da cidade para avaliar a efetividade da CoronaVac. Serrana tem cerca de 45 mil habitantes, dos quais 38% são menores de 18 anos, que ainda não podem ser vacinados por falta de estudos clínicos para essa faixa etária.

O Projeto S previa vacinar 28.380 adultos com mais de 18 anos que vivem na cidade. Desse total populacional, 97,7% tomaram a primeira dose do imunizante (o que corresponde a 27.722 pessoas) e 95,7% completaram seu esquema vacinal, tomando também a segunda dose (27.160 pessoas).
Publicidade
Com o fim da vacinação em massa, a cidade viu reduzir em 95% o número de mortes por covid-19. Já o número de casos sintomáticos da doença caiu 80%. A quantidade de hospitalizações teve uma queda de 86%.
A pesquisa mostrou ainda que a vacinação protege tanto os adultos imunizados quanto crianças e adolescentes que não receberam a vacina. Segundo o estudo, a imunização gerou uma espécie de cinturão imunológico em Serrana, reduzindo drasticamente a transmissão do coronavírus no município.

"A redução de casos em pessoas que não receberam a vacina indica a queda da circulação do vírus. Isso reforça a vacinação como uma medida de saúde pública, e não somente individual", destacou Ricardo Palácios, diretor de Pesquisa Clínica do Instituto Butantan.
Publicidade
*Com informações da Agência Brasil
Leia mais