Municípios como Volta Redonda e Maricá realizaram a vacinação de rodoviários contra a covid-19Geraldo Gonçalves
Por O Dia
Publicado 23/06/2021 12:19
Rio - Um dia depois do município de Maricá, na Região Metropolitana do estado, iniciar a vacinação a profissionais rodoviários, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro decidiu negar a solicitação do Rio Ônibus para retomada da imunização dos 19 mil profissionais do setor. Cinquenta e nove profissionais perderam a vida na capital e outros 3.500 foram contaminados desde o início da pandemia. 

A Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas do setor, reforçou que a classe atua na linha de frente e manteve ativo o serviço de mobilidade para a sociedade, sem interrupções durante nenhum dia. O ofício rejeitado pelo município foi enviado aos secretários de Transportes e Saúde, bem como aos membros da Comissão Permanente de Transportes da Câmara dos Vereadores.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) informou que o critério adotado pelo município continuará sendo o de escalonamento por idade. Confira na íntegra:

"Como houve pactuação dos municípios fluminenses com a Secretaria de Estado de Saúde para um calendário único baseado na idade, os rodoviários e todas as categorias profissionais já estão sendo atendidos concomitantemente como população em geral".

Mesmo com determinação de utilização de máscaras e higienização regular das mãos e utensílios, os profissionais lidam em média com 200 pessoas diariamente, durante o exercício da função. Municípios como Maricá e Volta Redonda também realizaram a vacinação do segmento de forma separada. Para o porta-voz da Rio Ônibus, Paulo Valente, os rodoviários devem ser priorizados.

"Há meses defendemos a priorização da vacinação de motoristas e fiscais de ônibus. Esta resposta é mais um exemplo de descaso para com o setor rodoviário. É o ônibus que transporta a população, inclusive os profissionais de saúde. As autoridades municipais falam tanto em retomada da economia, mas esquecem que sem capacidade de deslocamento, nada sai do lugar. Vamos insistir com a defesa de que os rodoviários devem ser priorizados na corrida pela vacina", afirmou.
Sindicato considera prefeito irresponsável por não retomar vacinação
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Para o Sindicato dos Rodoviários do Estado do Rio (Sintrucad - Rio), a decisão de não retomar a vacinação dos motoristas e cobradores foi classificada como ‘insensível’ pelos diretores da entidade. 
Para Sebastião José, presidente do sindicato, a justificativa dada pela secretária de Saúde no parecer enviado de que o Rio de Janeiro precisa seguir as determinações do Ministério da Saúde, vai de encontro a realidade no que diz respeito ao aumento de casos de covid-19 na cidade, já que está comprovado por especialistas em saúde que o grande índice de contaminação se dá principalmente nos transportes públicos, pois não existe uma fiscalização adequada para evitar aglomerações nos pontos finais dos ônibus e plataformas do BRT, assim como não há como comprovar que as empresas de ônibus fazem a higienização dos veículos conforme determina a lei.
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"Será que o prefeito Eduardo Paes está ciente das alegações de sua secretária de Saúde que não considera prioridade vacinar os rodoviários? Para nós, essa posição não tem nenhuma base em dados técnicos e sim pessoais. Não há dúvida da importância dos rodoviários na manutenção da vida da cidade, pois somos responsáveis no transporte de grupos considerados de suma importância como saúde, educação e segurança pública; sem transportes a cidade para", afirmou.
Sebastião lembra que a vacinação contra a covid-19 dos cerca de 20 mil motoristas e cobradores de ônibus na cidade do Rio de Janeiro que foi paralisada há mais de um mês, traz grande preocupação para a categoria. Ele também cobra uma posição do presidente da Comissão de Transportes da Câmara de Vereadores, Alexandre Isquierdo (DEM) pois na recente audiência pública realizada sobre o transporte público de passageiros, ele garantiu que a vacinação da categoria seria a principal reivindicação da comissão, mas até agora nada foi feito.
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"O Rio de Janeiro ainda vive um verdadeiro caos em relação ao combate a covid-19. A categoria já contabiliza 196 casos de coronavírus que vitimou 59 profissionais, por isso nossa insistência em imunizá-los o mais rápido possível. Não vamos politizar a vacinação e deixar que as empresas de ônibus recebam medicamentos sem nenhuma eficácia comprovada pela ciência, colocando ainda mais em risco a vida desses profissionais", explicou.
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