Geral - Estaçao de trem de Belford Roxo fechada na manha de hoje.Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por O Dia
Publicado 24/06/2021 09:27 | Atualizado 24/06/2021 09:37
Rio - Após mais de três horas parado, os trens do ramal Belford Roxo voltaram a circular na manhã desta quinta-feira (24). O serviço ainda apresenta intervalos irregulares. Segundo a Supervia, um furto de cabos impediu a circulação ainda no fim da madrugada, por volta das 4h. O ramal voltou pouco depois das 8h.
Desde às 4h, vários passageiros alegaram que estavam sem informações sobre a suspensão do ramal. A interrupção afetou, pelo menos, 15 estações que permaneceram fechadas. Revoltado, o autônomo Leandro Araújo, morador de Belford Roxo, teve que voltar para casa depois de ficar por mais de uma hora aguardando por informações da SuperVia.
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"Eu fiquei aqui desde 4h20. Diariamente tem atraso do trem em Belford Roxo. Se eu não tivesse comprado os bilhetes da semana inteira, poderia ir até de ônibus até Pavuna e pegar o metrô. A única opção é o metrô chegar até aqui. Se esse transporte chegasse em nossa cidade, iria mudar a vida de muitos. A cidade não tem nem uma rodoviária", reclamou.
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Atrasada para chegar no local de trabalho, em Ipanema, a diarista Nélia Santos, 63 anos, optou de ir de ônibus. "O ramal de Belford Roxo é campeão em reclamações. Não há mudança nesse ramal, o serviço sempre foi ruim. Duvido encontrar quem aceite o serviço desse ramal, é o pior de todos", disse.
Problemas também no ramal Saracuruna
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A SuperVia chegou a suspender  a circulação de trens no ramal de Saracuruna, no trecho das estações Gramacho-Saracuruna e nas extensões Vila Inhomirim e Guapimirim. Segundo a concessionária, a decisão ocorreu após a suspeita de furto de grampos, peça que fixa os trilhos aos dormentes, nas proximidades de Campos Elíseos. O serviço voltou por volta das 8h40, mas com intervalos irregulares.
Em nota, a concessionária informou que os técnicos estão realizando vistoria no local. "A SuperVia lamenta os transtornos causados pelas constantes ocorrências de segurança pública no sistema ferroviário e reforça que essas são medidas adotadas para preservar a integridade física dos clientes e colaboradores".
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Circulação de trens parou mais de 100 vezes desde janeiro
Um balanço das operações dos trens da Supervia mostra que, desde janeiro deste ano, os serviços sofreram com pelo menos 107 interrupções. Desse número, 60 vezes foi devido a furto de cabos, 36 por furto de grampos, peças que fixam os trilhos, e 11 vezes por conta de tiroteios registrados nas imediações das vias férreas.
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A empresa também alega que a operação pode sofrer alterações em função de manutenções programadas ou emergenciais, e que mantém um cronograma de manutenções preventivas, com o objetivo de garantir a segurança operacional. Esses serviços são realizados preferencialmente de madrugada ou nos horários de menor circulação de passageiros, segundo a companhia.
“Os trens e a via férrea também passam por vistorias diárias antes das viagens, mas podem precisar de reparos durante a circulação. Nesses casos, a concessionária conta com equipes técnicas distribuídas por toda a malha ferroviária, nos cinco ramais, que atuam imediatamente após as ocorrências, buscando normalizar a operação no menor tempo possível”, alegou a Supervia.
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Nos últimos três dias, a circulação de trens do ramal Saracuruna parou três vezes e em uma delas, os passageiros precisaram caminhar sobre os trilhos até a estação de Vigário Geral. O gestor de logística Douglas Mendonça, de 33 anos, utiliza o ramal desde 2006 e diz que a sensação é de abandono.
“O que nós temos visito hoje é um caos diário. É atraso, é a lotação, interrupções no sistema diário ou praticamente quatro vezes por semana. Todo dia é um problema. Um dia é chuva, outro dia baixa temperatura, outro dia é sol demais e aí tem a dilatação da linha, que isso é normal, mas enfim, falta de manutenção. No outro dia, furto de cabo, outro dia é furto de material da via. A gente brinca que é um bingo. É um sorteio de problema diário”, conta.
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