Publicado 07/07/2021 16:44 | Atualizado 07/07/2021 20:01
Rio - Cerca de 100 entregadores fizeram um protesto em frente ao Carioca Shopping, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira, pedindo melhores condições de trabalho ao iFood, aplicativo de entrega de comidas. De acordo com o motoboy Bruno Santos, de 38 anos, que esteve no local, alguns entregadores possuem prioridades.
"O Ifood tem duas categorias, a sub praça e a nuvem. Quem é sub praça acaba tendo privilégio. Vamos supor: Eu estou aqui no shopping e o rapaz que é sub praça está em Cavalcante (bairro do Rio). Quando ele finaliza lá (em Cavalcante), toca para ele aqui no shopping, onde eu estou e não tem pedido para mim. Em vez de tocar para mim, toca para ele, que está mais longe".
O entregador, que trabalha para o iFood há 1 ano e 2 meses, explicou ao DIA qual é a diferença das duas categorias.
"Quem é nuvem, pode rodar em qualquer lugar do Rio de Janeiro, o sub praça, não. Ele só roda em determinado local, que é a praça dele. Eles têm uma equipe terceirizada para ficar trabalhando. Se tiver uma promoção em determinado restaurante de um bairro, por exemplo, quem é o sub praça daquela região é chamado para fazer as entregas, porque sempre vai tocar para ele, que trabalha em um perímetro limitado", afirmou Bruno.
O motoboy disse ainda que quem é sub praça, acaba trabalhando um pouco menos, já que o entregador aceita e finaliza uma entrega muito rápido, por ter uma quilometragem menor para percorrer.
Outra reclamação dos manifestantes é sobre o código de segurança do aplicativo. "Às vezes o cliente pede a comida e cancela. Só que o restaurante entende que o motoboy não fez a entrega. Nisso, o app nos bloqueia por dois dias. Ou seja, ficamos 48h sem poder trabalhar".
O DIA entrou em contato com o iFood para falar tanto sobre suas duas categorias (sub praça e nuvem) e algumas prioridades que alguns entregadores possuem, e também sobre o código de segurança. Até a publicação desta matéria, não houve retorno.
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