Cristiano Girão rodou em SampaDivulgação
Publicado 30/07/2021 08:39
Rio – O ex-vereador do Rio Cristiano Girão, de 49 anos, foi preso nesta sexta-feira (30) em São Paulo. Ele e o PM reformado Ronnie Lessa, que está preso pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, são alvos de uma operação que investiga os assassinatos do casal André Henrique da Silva Souza, o Zóio, e Juliana Sales de Oliveira, mortos em junho de 2014.
Investigações da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio apontam que Lessa executou André e Juliana a mando de Girão, que cumpria pena em regime fechado na época. Na ocasião, segundo denúncia do MP, o político era apontado como líder da milícia da Gardênia Azul, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.
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O político é acusado de duplo homicídio. Os investigadores chegaram até Girão a partir de depoimentos de testemunhas e ao descobrirem uma pesquisa feita ao Google por Lessa sobre notícias das mortes, em 19 de fevereiro de 2018. Na época, ele buscou: “Casal morto na Gardênia Azul”. 
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RIVALIDADE 
Segundo a Polícia Civil, na data do crime a região da Gardênia Azul vivia uma disputa territorial entre grupos milicianos rivais. André, que era conhecido pelo apelido de 'Zóio', era investigado por comandar um grupo paramilitar em Campo Grande. Segundo as investigações, ele tentava expandir território para a Gardênia.
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Na data do crime, André havia estacionado um Honda Civic na Rua Acapori, dentro da Gardênia Azul. Ele estava acompanhado da namorada Juliana. Na ocasião, o casal teve o carro interceptado por um Fiat Doblô. Criminosos de dentro do veículo efetuaram vários disparos contra eles. 
Depoimentos de testemunhas revelaram que dentro do carro estava Ronnie Lessa. Segundo a polícia, as pessoas disseram que o PM reformado, chefe do grupo de extermínio conhecido como "Escritório do Crime", executou o casal a mando de Girão. 
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Cerca de um mês após o caso o ex-vereador foi denunciado pelo MPRJ pelo assassinato.
Em nota, a defesa do ex-vereador disse que precisa ter acesso ao inquérito para detalhar o caso. "Causa estranheza uma prisão ser decretada por fato ocorrido há 7 anos, mas preciso ter acesso aos autos para me manifestar sobre o mérito da acusação".
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PRISÃO
Girão já foi condenado por lavagem dinheiro, envolvimento com a milícia da Gardênia Azul e formação de quadrilha. Segundo informações do Ministério Público, apesar de estar preso em um presídio de segurança máxima na época do assassinato do casal, ele era responsável por controlar a organização criminosa.
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Cristiano Girão foi vereador do Rio pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e atualmente não tem mais filiação partidária.
Ele foi condenado em 2009 a 14 anos de prisão, por chefiar a milícia da Gardênia Azul. Com a condenação, perdeu o mandato em 2010. 
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Girão ficou preso por cerca de oito anos. Em agosto de 2017 ganhou direito a liberdade condicional por meio de indulto. O ex-vereador cumpriu a maior parte da sua pena nos presídios federais de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e, por último, em Porto Velho, em Rondônia.
Ele chegou a ser alvo de investigações no caso Marielle, mas a polícia descartou a hipótese de participação no crime ainda na primeira fase do inquérito.
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O nome de Cristiano Girão constava no relatório da 'CPI das Milícias' presidida por Marcelo Freixo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O relatório foi concluído em 2008 e apontou a participação de vários políticos em grupos paramilitares.
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