Publicado 03/08/2021 14:54
Rio - Quem depende do transporte público no Rio de Janeiro sabe o que é conviver com o aperto na hora de se deslocar pela cidade. As concessionárias têm passado por complicações financeiras, reduzindo a frota, e ,neste contexto, a Prefeitura anunciou a realização de um estudo para reorganizar as linhas e a oferta de ônibus municipais, equilibrando a capacidade das empresas e as necessidades dos passageiros. De início, o projeto era para ser finalizado no dia 30 de junho, mas ele não saiu do papel até esta terça-feira (3). A Secretaria de Transportes (SMTR) anunciou que ele está em fase de finalização.
Este projeto traria informações estratégicas que iriam auxiliar a SMTR a propor modificações nas linhas para atender à população. Apesar de não ter sido finalizado, a pasta pediu aos consórcios o retorno de linhas que são consideradas prioritárias e informou que houve um aumento de 7% da frota de ônibus em operação nos horários de pico na cidade, comparando os meses de abril e julho.
Enquanto o estudo é finalizado e as mudanças estruturais não são feitas, os passageiros continuam sofrendo com a falta de ônibus circulando na cidade. Um funcionário de uma empresa de ônibus que preferiu não se identificar afirmou que as linhas 773 (sentido Pavuna x Cascadura) e 778 (sentido Cascadura x Pavuna - via Rocha Miranda) não existem mais. Elas pertenciam a empresa Vila Real e a concessionária teria retirado a oferta de veículos na região desde o início da pandemia. O DIA não conseguiu contato com a empresa e o espaço está aberto para manifestação.
Este projeto traria informações estratégicas que iriam auxiliar a SMTR a propor modificações nas linhas para atender à população. Apesar de não ter sido finalizado, a pasta pediu aos consórcios o retorno de linhas que são consideradas prioritárias e informou que houve um aumento de 7% da frota de ônibus em operação nos horários de pico na cidade, comparando os meses de abril e julho.
Enquanto o estudo é finalizado e as mudanças estruturais não são feitas, os passageiros continuam sofrendo com a falta de ônibus circulando na cidade. Um funcionário de uma empresa de ônibus que preferiu não se identificar afirmou que as linhas 773 (sentido Pavuna x Cascadura) e 778 (sentido Cascadura x Pavuna - via Rocha Miranda) não existem mais. Elas pertenciam a empresa Vila Real e a concessionária teria retirado a oferta de veículos na região desde o início da pandemia. O DIA não conseguiu contato com a empresa e o espaço está aberto para manifestação.
No terminal Nossa Senhora do Amparo, em Cascadura, na Zona Norte do Rio, o ponto final da linha 778 foi abandonado e teve o seu espaço reaproveitado por uma pessoa em situação de rua, que enrolava um cobertor em seu corpo na tentativa de se proteger contra o frio.
“Estou com muita dificuldade para ir até a minha casa, porque eu moro na Vila Valqueire (Zona Oeste do Rio) e tiraram o 782 (Cascadura x Marechal Hermes), por isso, preciso pegar dois ônibus para ir para cá. Faço salgados para vender, carrego peso e tenho paralisia infantil, mas estamos aí, né? É o maior sacrifício e eles não estão nem aí para a gente, tirando as linhas. Estou aqui há 43 anos e queria que essa linha voltasse”, afirmou a passageira Rosa Helena de Paulo, enquanto esperava o ônibus no ponto.
A comerciante e moradora de Cascadura, Denise Araújo, de 65 anos, também comentou sobre o sumiço de outras linhas. “As linhas 709 (Circular sentido Cascadura x Amarelinho) e 689 (Campo Grande x Cascadura) sumiram todas. O pessoal reclama bastante comigo, que sente muita falta. Eles precisam pegar dois ônibus para chegar aqui todos os dias”, disse.
O cobrador de ônibus aposentado, Roberto de Souza, de 63 anos, contou algumas linhas que ele afirmou terem sumido ou diminuído consideravelmente. “As linhas sumidas são a 391 (Padre Miguel x Praça da República); 346 (Gardênia Azul x Praça XV); 653 (Marechal Hermes x Méier), 651 (Méier x Cascadura) e 652 (Méier x Cascadura circular). Eu costumava pegar todas, pois me deslocava do Méier para o Centro da Cidade, e ainda me mudei para Bangu, mas sumiram todas.
Confira na íntegra a nota da Secretaria Municipal de Transportes sobre o estudo
“A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) informa que já definiu as linhas prioritárias, que garantem a conectividade do sistema, e exigiu sua retomada aos consórcios. Por meio do sistema de monitoramento, a SMTR identificou que já houve um aumento de 7% na frota operante nos horários de pico entre o mês de abril e o mês de julho. São aproximadamente mais 185 veículos em operação. Além disso, está em fase de conclusão a revisão da frota determinada de cada consórcio. Assim que este processo de revisão for finalizado, a SMTR terá um novo diagnóstico do sistema”.
(Colaborou com a reportagem Reginaldo Pimenta)
*Estagiário sob supervisão de Cadu Bruno
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