Trem entre Itaguaí e Santa Cruz volta a ser mencionado como solução urbana para a região
Documento da Firjan ressalta que ligação ferroviária para transporte de passageiros é importante para o desenvolvimento econômico
Por Jupy Junior
ITAGUAÍ – Uma reunião no dia 28 de abril e um documento com recomendações para o desenvolvimento da região tocaram em um ponto que é de interesse de muitos itaguaienses: a ligação ferroviária de trem de passageiros entre Santa Cruz (na zona oeste da capital do Rio de Janeiro) e Itaguaí. A Firjan apresentou um conjunto de ações prioritárias para o fortalecimento regional da indústria dos municípios de Itaguaí, Japeri, Mangaratiba, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e Seropédica. Dentre essas recomendações, a ativação do trecho que beneficiaria milhares de trabalhadores e famílias.
A ligação ferroviária entre o bairro da zona oeste da capital e Itaguaí já foi tema de muitas conversas e promessas de governos em todos os âmbitos: municipal, estadual e federal. Pelo menos 2012 o assunto tem sido trazido à tona no mesmo contexto e com os mesmos argumentos: desenvolvimento econômico e mobilidade urbana estão intimamente ligados. Em Itaguaí, com os problemas críticos de transporte rodoviário dentro da cidade e com todas as limitações e deficiências impostas pelas empresas que detém o direito de explorar as linhas intermunicipais, o trem seria uma das mais eficientes soluções. Ocorre, porém, que é preciso apelar para aquilo que a burocracia corrói cotidianamente: a boa vontade política.
REUNIÃO COM RECOMENDAÇÕES A ligação ferroviária entre a capital e Itaguaí voltou a ser mencionada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) na reunião que apresentou propostas para acender a faísca do desenvolvimento urbano em 10 cidades, dentre elas Itaguaí e Mangaratiba.
O resultado foi um documento que aponta sugestões para as prefeituras no período 2021-2024 e identifica as formas pelas quais a Firjan vai contribuir para que sejam executadas, de modo que o esforço coletivo traduza a expectativa de desenvolvimento em realidade. “Esta agenda positiva reúne o posicionamento dos empresários da Baixada e é resultado de meses de ampla discussão interna com o apoio técnico da federação. Todas as nove prefeituras irão receber o caderno”, sintetizou Carlos Erane de Aguiar, presidente da Firjan Nova Iguaçu e Região.
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Neste caderno mencionado por Aguiar, no item 4.10 está a proposta: “Articular, com o governo estadual, as obras e extensão do ramal de Santa Cruz de trens urbanos até Itaguaí”. Este item se insere no tema “logística e mobilidade urbana”, que afetam a competitividade da indústria. Atualmente, os empresários arcam com elevados custos logísticos em função da carência de investimentos na adequação da infraestrutura existente.
Além da ligação ferroviária com trem de passageiros, o documento cita a conclusão da Via Light, a construção da Transbaixada e melhorias nos acessos ao Arco Metropolitano. A contribuição da Firjan, nestes casos, se dará através da articulação entre os atores envolvidos - prefeituras e os governos estadual e federal.
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Além dos representantes de Mesquita, Paracambi e Nova Iguaçu, participaram da reunião com a Firjan as seguintes autoridades locais: Victor Benezath - secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Itaguaí; Rodrigo Bondim - secretário de Desenvolvimento Econômico de Mangaratiba e Daniel Tavares - subprocurador geral de Seropédica.
DESAFIOS Os desafios para interligar um ramal de passageiros entre Santa Cruz e Itaguaí são muitos, a começar pelas desapropriações e/ou realocamento das pessoas que hoje moram próximas demais da via férrea, problema já constatado em Itaguaí em diversos pontos do município.
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A interligação entre Itaguaí e Mangaratiba também deverá ser bastante custosa por causa da geografia principalmente de Mangaratiba e do trânsito constante de composições que carregam minério de ferro. Especula-se que não é possível utilizar a mesma estrutura que é operada hoje pela MRS.
Quanto a Santa Cruz, há muita gente que hoje mora em cima dos trilhos – que, em vários pontos, nem estão mais aparentes. Ruas já foram estabelecidas em cima da estrutura da ferrovia, com casas e até mesmo lojas construídas. Demolir tudo e ressarcir as pessoas certamente será complicado.