Publicado 17/08/2021 11:03 | Atualizado 17/08/2021 11:06
Rio - O novo secretário de Administração Penitenciária, Victor Hugo Poubel, é delegado de Polícia Federal e já participou de operações importantes no Estado do Rio, como as prisões de policiais que faziam a escolta do traficante Nem da Rocinha e PMs envolvidos em esquema de corrupção no batalhão de São Gonçalo. Atualmente, estava na Superintendência da instituição no Rio.
Aos 53 anos, Poubel tentou a carreira política, mas não foi eleito nas duas eleições que disputou. Em 2018, estava ligado ao Partido Progressista (PP) e brigou por uma vaga na Câmara de Deputados. No ano passado, mudou de partido, passando para o Cidadania, e disputou como candidato a vereador pela cidade do Rio, obtendo 1.379 votos.
Em 2011, o delegado da PF foi responsável por uma investigação com o Ministério Público do Rio para combater o tráfico de drogas no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, que denunciou 22 policiais militares, todos lotados no 7º BPM (São Gonçalo) envolvidos em um esquema de extorsão a traficantes. Entre os agentes denunciados e presos estavam dois praças envolvidos na execução da juíza Patrícia Acioli.
Nesse mesmo ano, foi responsável por uma operação na Rocinha, Zona Sul do Rio, para prender traficantes da quadrilha de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. Na ocasião, 15 pessoas acabaram presas, entre elas três advogados do traficante. Durante as investigações, que duraram cerca de dez dias após a prisão de Nem, o delegado identificou, através de escutas telefônicas, que o traficante mantinha contato com a mãe, mesmo de dentro da cadeia. Nem foi preso por PMs do Batalhão de Choque (BPchoque) tentando fugir da comunidade no porta malas de um carro.
Antes da prisão de Nem, a equipe de Poubel realizou, em um dos acessos à Rocinha, a prisão de policiais que faziam escolta para traficantes. Na ocasião, foram presos cinco traficantes, três policias civis, um PM reformado e um ex-policial militar.
Já em 2012, o delegado da PF foi responsável pelo inquérito policial sobre as investigações do desaparecimento de R$ 5 mil, em 100 notas de R$ 50, da Casa da Moeda. O dinheiro desapareceu do local, em 14 de janeiro de 2011.
Segundo a colunista Berenice Seara, do Jornal Extra, Poubel já era desejado pelo governador do Rio, Cláudio Castro, indicado pelo deputado federal Altineu Côrtes, presidente do PL, partido de Castro. Em julho, quando estourou o escândalo em que adolescentes foram vítimas de abusos sexuais sob a guarda do estado, ele foi cotado para assumir o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), mas o pedido do chefe do executivo esbarrou no Ministério da Justiça.
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