Agnaldo Timóteo e o advogado Sidnei PedrosoDivulgação
Publicado 01/09/2021 16:41
Rio - Familiares de Agnaldo Timóteo, que morreu no dia de 3 abril deste ano, vítima de complicações da covid-19, deram entrada em um processo contra o advogado do cantor, para removê-lo como inventariante do testamento do músico. Segundo informações do G1, os irmãos de Agnaldo, Ruthinete Timotheo Pereira, Maria Timotheo Pereira e Cícero Timotheo Pereira, alegam que Sidnei Lobo Pedroso estaria sonegando informações e usufruindo de imóveis do cantor. O processo está na 1ª Vara da Família na Comarca da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
A família decidiu remover Sidnei do testamento de Agnaldo, pois o inventariante estaria locando e vendendo imóveis do cantor. O advogado teria colocado um apartamento de São Paulo para locação sem comunicar aos herdeiros ou à Justiça, além de colocar à venda um imóvel na Barra da Tijuca, que foi invadido e depredado em agosto e tem dívidas de IPTU acumuladas no valor de quase R$ 45 mil.
O advogado Sidnei Lobo Pedroso negou as acusações de que estaria usufruindo dos bens de Agnaldo. "Eu não estou fazendo uso de nenhum dos imóveis dele, não moro, não emprestei, não aluguei, não tem nada alugado. Então, a informação não procede", disse ao DIA.
Segundo Sidnei, a família de Agnaldo faltou com lealdade processual, uma vez que a irmã, Ruth, entrou com um processo de inventário no Rio de Janeiro, dois dias após a morte do irmão, e ocultou a existência de um testamento e que Keyty Evelyn, filha adotiva e criada há 12 anos por Agnaldo Timóteo, fazia parte do testamento como herdeira legatária. O advogado ainda disse que Ruth ocultou o processo de adoção de Keyty, que estava em curso, e um inventário em São Paulo, no qual ela tinha sido notificada por telegrama com cópia e aviso de recebimento.
Após uma petição para tirar Ruth como inventariante do testamento e realizar o desejo de Agnaldo, Sidnei entrou com uma petição na Justiça e foi nomeado inventariante há um pouco mais de um mês. ”Eu como inventariante não posso vender, nem alugar nada sem autorização do juiz, sem o conhecimento do Ministério Público".
Sidnei conta que Agnaldo Timóteo estava passando por problemas financeiros antes de morrer, pois não estava fazendo mais shows, e estava vivendo com uma aposentadoria de R$ 2,6 mil. O inventariante contou que tem sustentado Keythy e Maria do Rosário, que trabalhava na casa do cantor, além de arcar com os custos de manutenção dos imóveis. Ele também estaria custeando os reparos após as depredações e invasões à residência de Agnaldo na Barra da Tijuca, na semana passada. 
"Além dos gastos que eu tenho custeado do meu bolso, mantendo a Maria do Rosário e a Keyty, eu continuo tendo gasto com o patrimônio do Agnaldo. Eu coloquei um sistema de câmera na casa. Esse custo será juntado no processo. Eu arrumei uma pessoa que vai trabalhar por um salario mínimo na manutenção a casa".
O advogado ainda disse que ajudou Agnaldo no processo de adoção de Keyty e pagou para o cantor fazer o testamento, 30 dias antes de morrer. O testamento divide o patrimônio em 50% para a filha adotiva Keyty Evelyn, 10% para cada um dos afilhados, Marcelo e Márcio Vasconcelos, e 15% para cada um dos irmãos Cícero e Ruthinete. Para a irmã Maria, ficou um apartamento em Vila Valqueire, na Zona Oeste.
"Se eu não tivesse feito o testamento, onde o Agnaldo deixou o percentual, eles [a família] não teriam direito a nada. Se não houvesse testamento, Keyty ia ser herdeira de 100%. Meu papel é cumprir integralmente a vontade de Agnaldo Timóteo".
Invasão à imóvel de Agnaldo Timóteo
Um imóvel do cantor Agnaldo Timóteo, avaliado em R$ 10 milhões, foi invadido no último dia 25, na Barra da Tijuca. Duas pessoas teriam pulado o muro da casa e incendiado uma placa de "vende-se" que havia no lugar. Segundo Sidnei Lobo Pedroso, advogado e inventariante responsável pelo imóvel após a morte de Timóteo, a dupla fugiu ao perceber que havia movimentação no interior do local. O fogo foi controlado pela funcionária que cuida da residência. O caso deve ser registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca), nesta sexta-feira, quando Pedroso estará no Rio.
A casa já havia sido alvo de depredação há cerca de duas semanas antes da invasão, quando um dos vidros do muro foi encontrado quebrado. Na ocasião, o imóvel ainda não tinha funcionários cuidando do local. Três pessoas teriam sido flagradas pela caseira, sendo dois deles dentro do imóvel e o outro que aparentava aguardar do lado de fora. Os responsáveis pela invasão não roubaram nada do local, apenas teriam incendiado um cartaz de "vende-se", que estava colocado no quintal do imóvel, que fica na Praça Soldado Geraldo, na Barra.
*Estagiária sob supervisão de Yuri Hernandes
 
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