Agnaldo Timóteo
Agnaldo TimóteoDivulgação
Por O Dia
Rio - Agnaldo Timóteo morreu, na manhã deste sábado, vítima de complicações da Covid-19. O cantor estava internado na UTI da Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, desde o dia 17 de março. No último dia 27, Agnaldo precisou ser intubado para "ser tratado de forma mais segura". A informação foi confirmada pela assessoria do artista através de uma nota. 
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"É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do COVID-19 e faleceu hoje às 10:45 horas. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações!  A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha. A Família informa que a Corrente de Fé, com pensamentos positivos e orações, permanecerá, em prol de um mundo melhor!", dizia o comunicado. 
Sobrinho do cantor, o assessor de imprensa Timotinho falou sobre o assunto através do Instagram. "Confirmo o falecimento do cantor Agnaldo Timóteo. Minha eterna gratidão por tudo. Descanse em paz. Obrigado sempre por todo o carinho", disse.
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Agnaldo já tinha dado um susto nos fãs, em maio do ano passado, ao sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Mas, na época, ele conseguiu se recuperar da doença. 
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Trajetória
Agnaldo Timóteo Pereira, mais conhecido como Agnaldo Timóteo, nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em uma família humilde. Começou a carreira artística cantando em circos, mas só foi notado nos fim dos anos 50 ao cantar em programas de calouro em rádios de Caratinga, Governador Valadares e Belo Horizonte. O artista, que interpretava canções de Cauby Peixoto, logo ficou conhecido “Cauby mineiro”. Nesta época, ele conciliava as apresentações com o trabalho de torneiro mecânico.
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Nos anos 60, em Belo Horizonte, ele conheceu a cantora Ângela Maria em um show e recebeu da ídola o conselho para que ele fosse ao Rio de Janeiro, onde teria mais chances como cantor. Agnaldo seguiu o conselho dela e se mudou para a Cidade Maravilhosa. Sem trabalho, ele pediu um emprego para a cantora e começou a trabalhar de motorista para ela. 
Com o aval de sua patroa, em 1961, o artista lançou um 78 rotações com “Sábado no Morro” e “Cruel Solidão”. No entanto, nenhum dos dois estouraram. Já em 1963, pela Philips, gravou o compacto duplo “Tortura de Amor” de Waldick Soriano, um trabalho mais romântico. As 180 cópias foram vendidas de mão em mão pelo próprio artista.
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No entanto, em 1965, o sucesso chegou após ele cantar 'A casa do sol nascente', versão em português da música The house of the rising sun, tradicional tema folk que o grupo inglês The Animals gravou em 1964, em um programa exibido pela TV Rio, já extinta. 
Devido a isso, ele assinou um contrato com a Odeon, gravadora na qual permaneceu por 20 anos até ser dispensado em 1985, e lançou um primeiro álbum intitulado Surge um astro (1965), um disco de versões de sucessos internacionais lançado naquele ano, foi sucesso de vendas.
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Desde então, Agnaldo Timóteo se consagrou. Em 1967, lançou "Meu grito", música inédita de Roberto Carlos, então o rei da juventude brasileira. Depois dela, vieram vários sucessos como "Ave-Maria", "Mamãe" e "Os Verdes Campos De Minha Terra".
Em 1982, ele foi candidato a Deputado Federal e em 1995 foi novamente eleito, mas renunciou em 1996 para concorrer e ser eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, onde atuou de 1997 a 2000. Em 2004 ele foi também eleito vereador, mas em São Paulo.
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Último trabalho
Duas semanas antes de ser internado com Covid-19, Agnaldo Timóteo começou a gravar álbum em homenagem à Ângela Maria. De acordo com o colunista Mauro Ferreira, o cantor gravou sete músicas do repertório da cantora. As gravações foram feitas somente com o toque do piano de Moisés Pedrosa, único músico presente no estúdio.
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