Publicado 21/09/2021 20:44 | Atualizado 21/09/2021 21:06
Rio - O piloto Leandro Monçores de Araújo, de 42 anos, que realizou o voo de ida para Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, não suspeitou dos criminosos que sequestraram um helicóptero na tarde do último domingo (19) para tentar resgatar um preso no presídio Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Atuando na profissão há 20 anos e funcionário do Helirio desde dezembro do ano passado, ele prestou depoimento nesta terça-feira (21) na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e contou que não suspeitou dos planos, porque os homens levavam malas padrão de passageiro.
A aeronave saiu da Lagoa, na Zona Sul do Rio, por volta das 11h15 e levaria três pessoas, mas o contratante da operação não viajou, apenas a dupla que sequestrou o piloto de helicóptero da Polícia Civil, Adonis Lopes, na viagem de volta, que foi antecipada em 24 horas pelos sequestradores. Leandro deixou os homens no Hotel Fasano de Angra dos Reis e voltou para a base, mas não realizou a viagem de volta porque teria se sentido mal e foi retirado da escala de voos, tendo o policial ficado em seu lugar. Os criminoso pagaram cerca de R$14 mil pelos voos de ida e volta.
"Sem pré-julgamento, né? De classe social, de cor, de nada. Passageiro normal. Solicitaram o voo e a gente foi atender a demanda que a gente sempre faz. (...) Eu estava na escala no dia do voo e fui convocado para levar o pessoal em Angra. Procedimento normal, corriqueiro, a gente está sempre fazendo. Levei eles lá e na volta, como eu não estava me sentindo muito bem nesse dia, eu fui tirado da escala de voo e acabou que o voo caiu com o comandante Adonis", contou Leandro.
Segundo o piloto, os homens que sequestraram a aeronave são os mesmos que viajaram com ele e aparentavam ter cerca de 30 anos. Através de exames de impressão digital, a Polícia Civil já identificou um dos criminosos. Ele é integrante da facção Comando Vermelho. De acordo com informações apuradas pela reportagem do DIA, o objetivo da dupla era resgatar um preso da facção durante o período de visitas. Nesse intervalo, famílias estariam no pátio com os detentos, facilitando assim a fuga.
O agente da Polícia Civil contou que após a decolagem do voo, os homens o renderam com pistolas e o obrigaram a seguir para o Complexo Penitenciário de Gericinó. Logo em seguida, a dupla tirou dois fuzis de uma maleta, que seriam usados na invasão ao presídio. Durante a viagem, Adonis contou que ainda tentou induzir a dupla a desistir de invadir o presídio, falando sobre o perigo, mas não foi ouvidos pelos criminosos. Após a tentativa de convencê-los, o piloto resolveu tentar pousar no campo do 14ª BPM (Bangu), mas a dupla percebeu. Nesse momento, houve uma luta na aeronave, que gerou o descontrole do helicóptero.
Após o episódio, a dupla desistiu de invadir o presídio e pediu para que o piloto os deixasse em Niterói, perto da Comunidade do Caramujo. Depois que os bandidos desembarcaram, o agente levantou voo e foi para o Grupamento Aeromóvel (GAM) de Niterói, onde pousou. Leandro afirmou que não sabe como reagiria caso tivesse sido sequestrado no lugar do policial civil, mas que, assim como Adonis, tentaria convencer os criminosos a desistirem do plano, já que seriam frustrados quando se aproximassem do Complexo Penitenciário.
"Eu não sei dizer o que eu iria fazer, eu acho que iria tentar convencer eles e todos, que essa mensagem fique para todos eles, que não tem como tentar fazer isso e dê certo. Não tem como pegar um helicóptero, por exemplo, e entrar em um presídio e pousar. No teto do presídio tem grade, tem cabo de aço tensionado, tem os funcionários do presídio, os policiais. Não tem como entrar, é suicídio. Com certeza seria alvejado, eles iriam derrubar o helicóptero e paciência. Até porque a ordem é essa, o helicóptero se aproximou, abaixou numa determinada altura, é para abater. Não tem como fazer", declarou o piloto.
O agente da Polícia Civil contou que após a decolagem do voo, os homens o renderam com pistolas e o obrigaram a seguir para o Complexo Penitenciário de Gericinó. Logo em seguida, a dupla tirou dois fuzis de uma maleta, que seriam usados na invasão ao presídio. Durante a viagem, Adonis contou que ainda tentou induzir a dupla a desistir de invadir o presídio, falando sobre o perigo, mas não foi ouvidos pelos criminosos. Após a tentativa de convencê-los, o piloto resolveu tentar pousar no campo do 14ª BPM (Bangu), mas a dupla percebeu. Nesse momento, houve uma luta na aeronave, que gerou o descontrole do helicóptero.
Após o episódio, a dupla desistiu de invadir o presídio e pediu para que o piloto os deixasse em Niterói, perto da Comunidade do Caramujo. Depois que os bandidos desembarcaram, o agente levantou voo e foi para o Grupamento Aeromóvel (GAM) de Niterói, onde pousou. Leandro afirmou que não sabe como reagiria caso tivesse sido sequestrado no lugar do policial civil, mas que, assim como Adonis, tentaria convencer os criminosos a desistirem do plano, já que seriam frustrados quando se aproximassem do Complexo Penitenciário.
"Eu não sei dizer o que eu iria fazer, eu acho que iria tentar convencer eles e todos, que essa mensagem fique para todos eles, que não tem como tentar fazer isso e dê certo. Não tem como pegar um helicóptero, por exemplo, e entrar em um presídio e pousar. No teto do presídio tem grade, tem cabo de aço tensionado, tem os funcionários do presídio, os policiais. Não tem como entrar, é suicídio. Com certeza seria alvejado, eles iriam derrubar o helicóptero e paciência. Até porque a ordem é essa, o helicóptero se aproximou, abaixou numa determinada altura, é para abater. Não tem como fazer", declarou o piloto.
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