''Imaginei que aquele pudesse ser meu último voo', disse piloto da Polícia Civil sequestrado.Reprodução/TV Globo
Piloto da polícia sequestrado conta que levou uma gravata enquanto tentava pousar em batalhão da PM
Adonis Lopes contou que a dupla responsável pelo sequestro planejava resgatar um preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio
Rio - O piloto de helicóptero da Polícia Civil Adonis Lopes, sequestrado por bandidos durante uma viagem particular na tarde deste domingo, em Angra dos Reis, contou ao 'Bom Dia Rio' que achou que não escaparia vivo. Nesse fim de semana, as imagens do helicóptero descontrolado viralizaram na web. No entanto, as manobras não eraM para chamar a atenção. De acordo com o policial, ele recebeu uma gravata de um dos criminosos enquanto tentava pousar no campo do batalhão da PM.
"As manobras não foram propositais. Eu pensei que a aeronave fosse colidir com qualquer comando. O helicóptero é muito sensível. Eu a todo momento evitava bater", revelou o piloto. Adonis contou também que pensava que esse poderia ser seu último voo, e que não iria 'conseguir conviver com o estigma de resgatar bandido'.
O agente da Polícia Civil contou que após a decolagem de um voo particular, dois homens o renderam com pistolas, em Angra dos Reis, na Costa Verde, e o obrigaram a seguir para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. O objetivo dos criminosos era resgatar um preso. Logo em seguida a dupla tirou dois fuzis de uma maleta, que seriam usados na invasão ao presídio.
Durante a viagem, Adonis explicou que teve tempo de pensar em um plano. Ele conta que ainda tentou induzir a dupla a desistir de invadir o presídio, falando sobre o perigo, mas não foi ouvidos pelos criminosos.
Após a tentativa de convencê-los, o piloto resolveu tentar pousar no campo do 14ª BPM (Bangu), mas a dupla percebeu. Nesse momento, Adonis relembrou a luta a bordo da aeronave, que gerou o descontrole do helicóptero.
Após o episódio, a dupla desistiu de invadir o presídio e pediu para que o piloto os deixasse em Niterói, perto da Comunidade do Caramujo. Depois que os bandidos desembarcaram, o agente levantou voo e foi para o Grupamento Aeromóvel (GAM) de Niterói, onde pousou.
Por fim, o caso foi registrado na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), que estará responsável por identificar os sequestradores e esclarecer o ocorrido.
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