Publicado 27/09/2021 08:13
Rio - O porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, informou, na manhã desta segunda-feira (27), que a Corregedoria da corporação investiga a morte do estudante Samuel Vicente, de 18 anos, e de William Vasconcelos, de 38 anos. "A Corregedoria da PM já está no caso desde sábado, por determinação do secretário Luiz Henrique Pires". William e o enteado morreram após serem baleados em uma ação do 41º BPM (Irajá), em Anchieta, na Zona Norte do Rio, no sábado (25). A namorada de Samuel, Camily da Silva Polinário, de 18, e uma quarta vítima também foram alvejadas.
"É muito importante deixar claro que tanto a nota produzida pela assessoria de imprensa da PM quanto as informações repassadas ao noticiário foram baseadas nas declarações dos policiais do 41º BPM (Irajá). Esses agentes, que fizeram o registro na delegacia, apontam que após esse confronto, várias pessoas apareceram ali feridas e foram encaminhadas para o hospital", informou o major em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
Em nota, a PM diz que foi atacada a tiros por criminosos armados enquanto estavam em patrulhamento pela Rua Alcobaça. Após cessar o confronto, a equipe diz ter encontrado três suspeitos feridos. Com eles, a corporação afirmou ter encontrado duas pistolas, carregadores, munições, um conversor para submetralhadora, dois rádios comunicadores e drogas. A família nega esta versão e relata que Camily e Samuel estavam na garupa da moto de William e voltavam de uma festa na região do Complexo do Chapadão. A menina estava passando mal e era levada para uma UPA da região.
O major ainda caracterizou a região do Complexo do Chapadão como "complexa" e com forte domínio do tráfico. "Eu fui subcomandante do 41º BPM, é uma área bem complexa, que tem uma expansão dia após dia do tráfico que opera no Chapadão. Tem o baile funk, que é promovido pelo tráfico, conta com a participação de inúmeros criminosos e faz subir o número de roubos de veículos e cargas, assim é necessário colocar um policiamento estrategicamente posicionado no entorno do Chapadão, já que o batalhão por si só não consegue interromper esse baile, porque é muito no interior da comunidade".
O major ainda caracterizou a região do Complexo do Chapadão como "complexa" e com forte domínio do tráfico. "Eu fui subcomandante do 41º BPM, é uma área bem complexa, que tem uma expansão dia após dia do tráfico que opera no Chapadão. Tem o baile funk, que é promovido pelo tráfico, conta com a participação de inúmeros criminosos e faz subir o número de roubos de veículos e cargas, assim é necessário colocar um policiamento estrategicamente posicionado no entorno do Chapadão, já que o batalhão por si só não consegue interromper esse baile, porque é muito no interior da comunidade".
Ele explicou que os policiais que atuam na região são "atacados" constantemente. "Não é uma questão somente de padronizar a abordagem a uma moto, mas também de entender a realidade daquele policial que trabalha naquela localidade. Ali a gente tem um policiamento que sofre ataques constantes e que surgem de diferentes formas".
"Precisamos agora entender o que de fato aconteceu ali naquela abordagem, se a fala dos policiais é real, se está ligada diretamente aos acontecidos. Agora é fundamental ter a perícia", ressaltou o major.
Blaz ainda falou sobre a questão das câmeras de segurança em uniformes de agentes, e defendeu que o projeto viabiliza "sustentação nas alegações". "Essas câmeras serão ferramentas fundamentais para a defesa dos policias. Serão equipamentos que irão fazer toda a diferença, uma vez que elas vão registrar aquilo que só o policial no centro de operações consegue observar. então. Serão 22 mil equipamentos adquiridos para diferentes setores do governo, prioritariamente a PM, que vai ter mais de 50% dessas câmeras no seu efetivo".
Blaz ainda falou sobre a questão das câmeras de segurança em uniformes de agentes, e defendeu que o projeto viabiliza "sustentação nas alegações". "Essas câmeras serão ferramentas fundamentais para a defesa dos policias. Serão equipamentos que irão fazer toda a diferença, uma vez que elas vão registrar aquilo que só o policial no centro de operações consegue observar. então. Serão 22 mil equipamentos adquiridos para diferentes setores do governo, prioritariamente a PM, que vai ter mais de 50% dessas câmeras no seu efetivo".
Família nega versão da PM
No domingo (26), a família de Samuel esteve no Instituto Médico Legal do Rio, na Região Central e voltou a contestar a versão apresentada pela polícia, que alega ter sido atacada por traficantes do Chapadão. Segundo familiares, Camily e Samuel estavam na garupa da moto de William e voltavam de uma festa na região do Complexo do Chapadão. A menina estava passando mal e era levada para uma UPA da região.
Camily está internada no HEGV e apresenta quadro de saúde estável. A família diz que a jovem aguarda por cirurgia. A moça não está sob custódia.
"A mãe dela me procurou e disse que a família está sendo coagida dentro do hospital. A garota não era do tráfico, nunca foi. A irmã pagava pra ela cuidar da sobrinha", diz a tia de Samuel, namorado de Camily.
"As mortes do meu filho e do meu marido não vão ficar em vão, eles não eram bandidos. Meu filho ia se apresentar no Exército e meu marido trabalhava em uma farmácia ao lado da nossa casa", disse a dona de casa Sonia Bonfim, esposa de William e mãe de Samuel.
A dona de casa contestou a versão apresentada pelos policiais militares.
"Não havia operação, eles entraram atirando. Chegaram para matar", desabafou Sônia, afirmando que os documentos do maridos ainda não foram localizados. "Eu quero os pertences e documentos do meu marido. Eles (policiais) falaram que bandido não tem documento. Ali não tinha nenhum bandido".
Camily está internada no HEGV e apresenta quadro de saúde estável. A família diz que a jovem aguarda por cirurgia. A moça não está sob custódia.
"A mãe dela me procurou e disse que a família está sendo coagida dentro do hospital. A garota não era do tráfico, nunca foi. A irmã pagava pra ela cuidar da sobrinha", diz a tia de Samuel, namorado de Camily.
"As mortes do meu filho e do meu marido não vão ficar em vão, eles não eram bandidos. Meu filho ia se apresentar no Exército e meu marido trabalhava em uma farmácia ao lado da nossa casa", disse a dona de casa Sonia Bonfim, esposa de William e mãe de Samuel.
A dona de casa contestou a versão apresentada pelos policiais militares.
"Não havia operação, eles entraram atirando. Chegaram para matar", desabafou Sônia, afirmando que os documentos do maridos ainda não foram localizados. "Eu quero os pertences e documentos do meu marido. Eles (policiais) falaram que bandido não tem documento. Ali não tinha nenhum bandido".
A polícia não divulgou o nome do quarto baleado na operação. A Polícia Civil informou ao DIA que as armas utilizadas na ação foram apreendidas e que testemunhas estão sendo ouvidas. Além disso, informou que outras diligências serão realizadas para esclarecer os fatos e a origem dos disparos que atingiram as vítimas.
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