Samuel Vicente, de 18 anosReprodução
Publicado 27/09/2021 15:19 | Atualizado 27/09/2021 18:23
Rio - A Polícia Civil disse, nesta segunda-feira (27), que a falta de efetivo é um dos fatores para que as mortes de Samuel Vicente, de 17 anos, e de seu padrasto William Vasconcellos da Silva, 38 anos, não sejam investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital, com sede na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Os dois foram mortos a tiros, em uma ação da Polícia Militar, no fim da madrugada do último sábado, em Anchieta, na Zona Norte do Rio. O enterro das vítimas será na terça-feira (28), às 11h, no Cemitério de Olinda, em Nilópolis, Região Metropolitana do Rio.
Em nota divulgada para a imprensa, a corporação esclarece a falta de concurso publico há cerca de 10 anos. "A condução da investigação está a cargo da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) e não da DHC, pois quando foi criada ficou definido por normativa que a Área Integrada de Segurança Pública (AISP), que engloba as circunscrições da 27ª (Vicente de Carvalho), 31ª DP e 39ª DP (Pavuna), ficaria de fora por falta de efetivo. Como praticamente não houve concursos públicos nos últimos 10 anos, a Polícia Civil não teve como ampliar o efetivo e o escopo da DHC".
Depoimento dos policiais militares Leonardo Soares Carneiro e Edson de Almeida Santana, que estavam na operação policial que resultou nas mortes e deixou ainda duas pessoas feridas apresentam contradições. 
Em um primeiro momento, os PMs afirmam que atiraram porque Samuel estaria com um fuzil e mirou na direção deles. Logo depois, os agentes alegam ter encontrado uma arma menor. 
Samuel e a namorada Camily da Silva Apolinário estavam na garupa da moto do padrasto do rapaz, William, quando foram atingidos por tiros disparados pelos PMs. O padrasto estava socorrendo a jovem, que estava passando mal. Além do trio, uma quarta pessoa que não teve a identificação divulgada também foi baleada. 
Os policiais responsáveis pela ocorrência afirmaram que se tratavam de suspeitos de envolvimento com o tráfico, mas a versão foi desmentida pela família. Samuel era aluno de uma escola da Polícia Militar e o padrasto trabalhava em uma farmácia ao lado de casa. Os corpos ainda não foram enterrados e a família alega dificuldades financeira para o enterro. 
Armas apreendidas
A Polícia Civil afirma que a diligências estão sendo realizadas realizadas e que testemunhas estão prestando depoimento. O caso inicialmente foi registrado na delegacia de Vicente de Carvalho e transferido para a 31ª DP (Ricardo de Albuquerque).
De acordo com a instituição, as armas dos policiais militares foram apreendidas e levadas para serem periciadas. 
O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, disse que a Corporação da PM abriu inquérito e vai apurar os depoimentos dos policiais. A PM vai colaborar com as investigações da Polícia Civil. 
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