Publicado 12/10/2021 16:49
Rio - Familiares dos meninos desaparecidos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, ainda estão em estado de choque após descobrirem que os traficantes do Castelar foram os responsáveis pelo sumiço e morte de Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12. Desde o início das investigações, os parentes diziam não acreditar na possibilidade levantada pela polícia de que os criminosos da comunidade onde moram tinham cometido o crime.
Conforme O DIA revelou, ontem, pela primeira vez traficantes do Comando Vermelho assumiram que "há indícios da morte das criancinhas" no Castelar. Até então, os criminosos sustentavam que a milícia havia sido responsável pelas mortes. A reportagem mostrou, também, que a alegação do tráfico sobre a autoria do crime ser atribuída a milicianos não era verídica.
Procurados pela reportagem nesta terça-feira, familiares afirmaram que foram pegos de surpresa.
"Não estamos acreditando que eles (os meninos) foram mortos pelos traficantes de onde moramos, estamos todos desacreditados. Posso falar que minha ficha agora caiu. Tudo aconteceu perto de nós, e nós não acreditávamos. Uma covardia", declarou uma tia de Lucas.
Ainda segundo a mulher, este dia das crianças é uma data muito triste para toda família.
Comando Vermelho fez tribunal do crime para esclarecer o caso
De acordo com a Polícia Civil, integrantes da cúpula do CV, estariam fazendo, desde setembro, uma espécie de inquisição para descobrir quem foram os responsáveis pelo crime bárbaro, cometido em dezembro de 2020.
No último sábado, José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha do Castelar, foi executado no Complexo da Penha, a mando de Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha, e Edgard Alves de Andrade, o Doca.
Segundo a Polícia Civil, os dois líderes do CV em liberdade, além de outros integrantes do Conselho, que estão presos, ordenaram que Piranha fosse até o Complexo da Penha, para prestar esclarecimentos sobre o desaparecimento e morte de Lucas Matheus, Alexandre Silva, e Fernando Henrique. Após uma longa sessão de tortura, comandada por Doca e Abelha, Piranha teria sido morto por volta das 16h de sábado.
Após a notícia da morte ser confirmada, a facção enviou à reportagem um manifesto, que também foi recebido pela polícia, onde afirma que o motivo da execução de Piranha foi o sumiço dos meninos.
"O traficante Piranha foi executado por ordem do chefe do Comando vermelho Abelha, não por ter sido culpado pela morte das criancinhas, e sim por ter sido negligente nos fatos que envolveram o caso das mortes das criancinhas. Abelha não se conformava com a naturalidade que Piranha lidava com o assunto que expôs a facção na morte de três criancinhas" (sic).
Em outra parte, a declaração reconhece a morte das crianças no Castelar: "..em uma última conversa que Abelha teve com Piranha, ele deu diversos tapas em Piranha e, em voz alta, disse que se tivesse o mínimo de indícios que as crianças teriam morrido no Castelar, que iria cobrá-lo".
Os corpos dos meninos ainda são procurados pela polícia, em um rio próximo a comunidade.
Facção já matou mais de 5 envolvidos com o desaparecimento dos meninos
Piranha teria sido, pelo menos, o quinto traficante do Castelar a ser condenado a morte no tribunal do tráfico do CV, só por conta do desaparecimento das crianças.
O primeiro criminoso a ser morto por ordem da cúpula, teria sido Wiler Castro da Silva, conhecido como Stala, de 35 anos. Ele também era gerente do tráfico na comunidade de Belford Roxo e investigado pelo desaparecimento dos meninos.
Outros três envolvidos com a criminalidade no Castelar que foram condenados a morte no tribunal do CV, foram Guil, Farol e Ana Paula Rosa Martins, a Tia Paula. Todos foram executados no Complexo da Penha após serem torturados.
Segundo a polícia, as agressões seriam uma tentativa da cúpula em fazer com que os suspeitos contassem quem foram todos os envolvidos no crime bárbaro contra os três meninos. Acredita-se que mais traficantes também já tenham sido assassinados.
Ainda segundo a mulher, este dia das crianças é uma data muito triste para toda família.
Comando Vermelho fez tribunal do crime para esclarecer o caso
De acordo com a Polícia Civil, integrantes da cúpula do CV, estariam fazendo, desde setembro, uma espécie de inquisição para descobrir quem foram os responsáveis pelo crime bárbaro, cometido em dezembro de 2020.
No último sábado, José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha do Castelar, foi executado no Complexo da Penha, a mando de Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha, e Edgard Alves de Andrade, o Doca.
Segundo a Polícia Civil, os dois líderes do CV em liberdade, além de outros integrantes do Conselho, que estão presos, ordenaram que Piranha fosse até o Complexo da Penha, para prestar esclarecimentos sobre o desaparecimento e morte de Lucas Matheus, Alexandre Silva, e Fernando Henrique. Após uma longa sessão de tortura, comandada por Doca e Abelha, Piranha teria sido morto por volta das 16h de sábado.
Após a notícia da morte ser confirmada, a facção enviou à reportagem um manifesto, que também foi recebido pela polícia, onde afirma que o motivo da execução de Piranha foi o sumiço dos meninos.
"O traficante Piranha foi executado por ordem do chefe do Comando vermelho Abelha, não por ter sido culpado pela morte das criancinhas, e sim por ter sido negligente nos fatos que envolveram o caso das mortes das criancinhas. Abelha não se conformava com a naturalidade que Piranha lidava com o assunto que expôs a facção na morte de três criancinhas" (sic).
Em outra parte, a declaração reconhece a morte das crianças no Castelar: "..em uma última conversa que Abelha teve com Piranha, ele deu diversos tapas em Piranha e, em voz alta, disse que se tivesse o mínimo de indícios que as crianças teriam morrido no Castelar, que iria cobrá-lo".
Os corpos dos meninos ainda são procurados pela polícia, em um rio próximo a comunidade.
Facção já matou mais de 5 envolvidos com o desaparecimento dos meninos
Piranha teria sido, pelo menos, o quinto traficante do Castelar a ser condenado a morte no tribunal do tráfico do CV, só por conta do desaparecimento das crianças.
O primeiro criminoso a ser morto por ordem da cúpula, teria sido Wiler Castro da Silva, conhecido como Stala, de 35 anos. Ele também era gerente do tráfico na comunidade de Belford Roxo e investigado pelo desaparecimento dos meninos.
Outros três envolvidos com a criminalidade no Castelar que foram condenados a morte no tribunal do CV, foram Guil, Farol e Ana Paula Rosa Martins, a Tia Paula. Todos foram executados no Complexo da Penha após serem torturados.
Segundo a polícia, as agressões seriam uma tentativa da cúpula em fazer com que os suspeitos contassem quem foram todos os envolvidos no crime bárbaro contra os três meninos. Acredita-se que mais traficantes também já tenham sido assassinados.
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