Chacina no Complexo do Salgueiro em São Gonçalo, nesta segunda feira (22).Marcos Porto/Agencia O Dia
Publicado 22/11/2021 21:35
Rio - A Defensoria Pública do Rio, por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) e da Ouvidoria Externa, informou que a operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, que vitimou ao menos oito pessoas, foi comunicada tardiamente ao Ministério Público do Rio (MPRJ). Segundo a instituição, a ação militar só foi comunicada no sábado (20) à tarde, embora tenha começado de manhã. Já o MPRJ instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) próprio para investigação. Um perito integrante do quadro técnico da instituição também foi designado ao Instituto Médico Legal (IML) para acompanhar o exame dos corpos.
Moradores encontraram oito corpos em uma área de mangue da região, horas depois de uma ação da Polícia Militar. No sábado (20), o sargento da PM Leandro da Silva, de 40 anos foi morto durante confronto com criminosos. Em nota, a Defensoria aponta preocupação em não ter havido comunicação imediata por parte da Polícia Militar à Polícia Civil e ao Ministério Público da existência de corpos na comunidade. Além disso, não houve acautelamento do local, fundamental para a realização da perícia.
Já o parque fluminense, informou que vai analisar eventuais violações a direitos praticados na execução da operação, tendo sido a ação regularmente comunicada pela Polícia Militar ao MP. "O MPRJ adotará todas as medidas cabíveis para o regular desempenho de suas atribuições no exercício finalístico da ação penal pública em relação a eventuais ilícitos penais praticados, no efetivo exercício do controle externo da atividade policial", diz a nota.
Polícia Civil investiga não acionamento de delegacia após mortes
A Polícia Civil informou que vai investigar o motivo da Polícia Militar não ter comunicado as mortes durante a operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Pelo menos oito mortos já foram retirados do local por populares, no entanto, segundo moradores, mais corpos podem estar espalhados por áreas de difícil acesso do mangue que margeia a comunidade. "O resultado que vocês estão vendo é isso aí: oito corpos que a gente encontrou, fora aqueles que possivelmente podem estar perdidos pelo mangue ainda", afirmou um morador, que não será identificado.
A Polícia Militar confirmou que houve confronto nas "proximidades de uma área de mangue com mata", após policiais do Bope serem atacados por criminosos, mas que não houve "detidos ou relatos de feridos". O resultado desse confronto teria sido apenas apreensões: duas pistolas, 14 munições calibre 9 mm, 56 munições de fuzil calibre 762, cinco carregadores (02 para fuzil e 03 para pistola), um uniforme camuflado, 813 tabletes de maconha, 3.734 sacolés de pó branco e 3.760 sacolés de material assemelhado ao crack.
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