Corpos encontrados em área de mangue no Complexo do Salgueiro foram retirados pelos próprios moradores e envolvidos em lençóis brancosMARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA

Rio - Moradores do Complexo do Salgueiro relatam que mais corpos podem estar espalhados por áreas de difícil acesso do mangue que margeia a comunidade. Durante a manhã desta segunda-feira (22), populares retiraram, por conta própria e sem ajuda da polícia, oito homens mortos que estavam na região de mata. Eles foram encontrados horas depois de uma operação da Polícia Militar que tentava capturar o autor do assassinato de um sargento, no sábado.
"Pessoas inocentes que são trabalhadores, chefes de família, por mais que tenham parentes envolvidos nessa vida não vão conseguir colocar a sua vida em risco na hora do tiroteio (para reconhecer os corpos), têm que esperar as coisas acalmarem para ver o resultado. E o resultado que vocês estão vendo é isso aí: oito corpos que a gente encontrou, fora aqueles que possivelmente podem estar perdidos pelo mangue ainda", afirmou um morador, que não será identificado.
"Alguns são pessoas que não moram na comunidade mas conviviam aqui dentro, e de repente algum parente ainda não sabe notícia, não sabe se está por aqui ou se está em outro lugar escondido. oito nós encontramos, mas há possibilidade de ainda haver mais". 
Mais cedo, a PM havia confirmado apenas um homem encontrado morto - ele teria sido reconhecido por policiais do 7º BPM (São Gonçalo) como um dos envolvidos no ataque à guarnição que executou o sargento Leandro da Silva, de 40 anos, no sábado (20). A corporação confirmou os mortos por volta das 8h desta segunda, após as imagens da retirada dos corpos pelos próprios moradores.
Confronto em região de mata e mangue
Em nota, a Polícia Militar confirmou que houve confronto nas "proximidades de uma área de mangue com mata", após policiais do Bope serem atacados por criminosos, mas que não houve "detidos ou relatos de feridos". O resultado desse confronto teria sido apenas apreensões: duas pistolas, 14 munições calibre 9 mm, 56 munições de fuzil calibre 762, cinco carregadores (02 para fuzil e 03 para pistola), um uniforme camuflado, 813 tabletes de maconha, 3.734 sacolés de pó branco e 3.760 sacolés de material assemelhado ao crack.
Uma idosa de 71 anos, identificada como Carmelita Francisca, também foi baleada durante o confronto no Salgueiro. Ferida no braço, ela foi levada para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, e e recebeu alta após ser medicada.
* Colaborou Marcos Porto