Publicado 30/12/2021 12:24 | Atualizado 30/12/2021 17:00
Rio - A Polícia Civil informou, nesta quinta-feira, que aguarda laudos periciais e depoimentos para esclarecer a morte do lutador Vítor Reis de Amorim, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Leonardo Macharet, da 73ª DP (Neves), o pai do jovem de 19 anos é esperado para ser ouvido. Valdecir Ferreira disse ao O DIA que só vai comparecer à delegacia quando tiver um advogado. fotogaleria
Nesta quarta-feira, a Civil recolheu às armas dos policiais militares que participaram da ação. A corporação disse que diligências prosseguem em busca de elementos que ajudem a esclarecer os fatos. A Corregedoria da Polícia Militar também analisa o caso.
Entenda
Vítor Reis estava em um bar com amigos, no Morro da Jaqueira, no bairro Patronato, nesta terça-feira, quando foi alvejado por um tiro. Segundo a família, o lutador tentou fugir para se proteger, quando ouviu os disparos, mas testemunhas disseram que os policiais atiraram contra ele. Valdecir afirmou que o tiro atingiu as costas do filho.
No entanto, a Polícia Militar negou essa versão e disse que Vítor foi atingido no peito, de frente, durante um fogo cruzado com bandidos.
De acordo com o boletim médico, Vítor Reis já chegou morto ao pronto socorro de São Gonçalo com um tiro no lado esquerdo do peito, sem nenhuma marca de saída.
Nesta quarta-feira, a Civil recolheu às armas dos policiais militares que participaram da ação. A corporação disse que diligências prosseguem em busca de elementos que ajudem a esclarecer os fatos. A Corregedoria da Polícia Militar também analisa o caso.
Entenda
Vítor Reis estava em um bar com amigos, no Morro da Jaqueira, no bairro Patronato, nesta terça-feira, quando foi alvejado por um tiro. Segundo a família, o lutador tentou fugir para se proteger, quando ouviu os disparos, mas testemunhas disseram que os policiais atiraram contra ele. Valdecir afirmou que o tiro atingiu as costas do filho.
No entanto, a Polícia Militar negou essa versão e disse que Vítor foi atingido no peito, de frente, durante um fogo cruzado com bandidos.
De acordo com o boletim médico, Vítor Reis já chegou morto ao pronto socorro de São Gonçalo com um tiro no lado esquerdo do peito, sem nenhuma marca de saída.
O corpo do jovem foi enterrado na quarta-feira, no Cemitério São Miguel, também em São Gonçalo, sob forte comoção.
Pai pede por justiça
Segundo Valdecir, seu desejo é provar que o filho não era bandido. "Eu quero provar que meu filho não é bandido e eu vou até o final por causa disso. Eu não quero dinheiro, não quero nada, mas quero provar que meu filho não era bandido", disse ao DIA.
"Vão dizer que meu filho trocou tiro? Poxa vida, todo mundo conhecia meu filho. A vida do meu filho era treinar para lutar. Meu filho era atleta, a coisa que ele mais gostava era treinar. Se ele pudesse ele treinava duas vezes ao dia. Ele nunca perdeu uma luta, mas a polícia ganhou o troféu em cima do meu filho", lamentou o pai da vítima.
O professor de Muay Thai José Romildo de Lima, conhecido como mestre Romildo, lamentou a morte precoce de Vítor Reis. "Eu conhecia esse garoto desde criança, eu tinha um projeto na época e ele foi abraçado. Ele falou pra mim que era o sonho dele seguir a carreira de lutador e eu falei 'nós vamos trabalhar, Deus vai ajudar e a gente consegue'. Botei ele no circuito de boxe, fomos a equipe melhor do ano, ele venceu todas as lutas. Botei no Muay Thai e a mesma coisa, só vitória. Ele tinha tudo pra crescer, em casa eu falava que nada ia atrapalhar esse garoto. O que aconteceu tirou o sonho dele e o meu".
"O trabalho vai continuar, mas com uma falta grande. O Vítor era guerreiro, coração, ele lutava feliz, fazia o que gostava e demonstrava. Eu conheço ele desde pequenininho, pra mim foi uma parte nossa que foi embora, mas a gente reverter e vai ter justiça por isso. Eu espero que tenha justiça e que o responsável seja punido", disse o treinador durante o velório do rapaz.
Procurada pelo DIA, a Polícia Militar informou que uma pistola, munições e um rádio comunicador foram apreendidos no local da ocorrência. Os demais envolvidos fugiram para o interior da comunidade. De acordo com o porta-voz da corporação, major Ivan Blaz, os policiais não disseram se Vítor estava com esses itens. "Isso não foi apresentado pelos policiais. Na verdade, o que foi dito é que, após o ataque e o confronto armado, os criminosos fugiram para o interior da comunidade, restando ali ao solo o Vítor e a pistola".
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.