Rio - O professor de Muay Thai José Romildo de Lima, conhecido como mestre Romildo, lamentou a morte precoce de Vítor Reis de Amorim, de 19 anos, no Morro da Jaqueira, no bairro patronato, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. O lutador, que foi sepultado na tarde desta quarta-feira (29) no Cemitério São Miguel, em São Gonçalo, estava no bar com amigos quando foi alvejado na última terça-feira (28). Familiares acusam policiais de terem atirado diretamente no jovem. A PM nega. Ao DIA, o treinador contou sobre a trajetória de Vítor com as artes maciais e pediu por justiça.
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Segundo José Romildo, Vítor começou a lutar ainda quando criança e sonhava em ser um grande profissional. "Eu conhecia esse garoto desde criança, eu tinha um projeto na época e ele foi abraçado. Ele falou pra mim que era o sonho dele seguir a carreira de lutador e eu falei 'nós vamos trabalhar, Deus vai ajudar e a gente consegue'. Botei ele no circuito de boxe, fomos a equipe melhor do ano, ele venceu todas as lutas. Botei no muay thai e a mesma coisa, só vitória. Ele tinha tudo pra crescer, em casa eu falava que nada ia atrapalhar esse garoto. O que aconteceu tirou o sonho dele e o meu".
"O trabalho vai continuar, mas com uma falta grande. O Vítor era guerreiro, coração, ele lutava feliz, fazia o que gostava e demonstrava. Eu conheço ele desde pequenininho, pra mim foi uma parte nossa que foi embora, mas a gente reverter e vai ter justiça por isso. Eu espero que tenha justiça e que o responsável seja punido", disse o treinador durante o velório do rapaz.
Família acusa PMS
De acordo com a família, o jovem tentou fugir para se proteger quando ouviu os disparos, mas testemunhas disseram que os policiais dispararam contra ele. Vítor Reis foi socorrido pelos próprios policiais e levado para o pronto-socorro de São Gonçalo, mas já chegou morto na unidade. Vaneuci disse que os policiais ocultaram a informação de que o filho já estava sem vida. "No hospital, eu perguntei aos policiais o que tinha acontecido e eles me engaram. 'Nós demos um tirinho nele que pegou no ombro' e era mentira, pegou na barriga".
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo informou "que o paciente deu entrada ao Pronto-Socorro Central já em óbito, às 16h37, com orifício de entrada na região peitoral à esquerda".
Procurada pelo DIA, a Polícia Militar informou que uma pistola, munições e um rádio comunicador foram apreendidos no local da ocorrência. Os demais envolvidos fugiram para o interior da comunidade. De acordo com o porta-voz da corporação, major Ivan Blaz, os policiais não disseram se Vítor estava com esses itens. "Isso não foi apresentado pelos policiais. Na verdade, o que foi dito é que, após o ataque e o confronto armado, os criminosos fugiram para o interior da comunidade, restando ali ao solo o Vítor e a pistola".
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