Homem retira placas em homenagem a policiais vítimas de violência no RioREPRODUÇÃO DE VÍDEO
Publicado 17/01/2022 13:42
Rio - Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que um homem destrói as placas em homenagem aos policiais e crianças que foram mortos vítimas da violência na cidade, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul. A ação ocorreu neste domingo, 16, no local em que a ONG Rio de Paz instala o tributo desde 2015. Segundo o presidente da organização, o pastor Antônio Carlos Costa, a Polícia Civil investiga o caso.
O registro de ocorrência foi feito na manhã desta segunda-feira, 17, na 14ª DP (Leblon) e, em seguida, policiais estiveram na Lagoa para a realização da perícia do local e em busca das digitais que possam identificar o homem que praticou o ato de destruição. Na ocasião, uma faixa com os dizeres "prefeito, lembre-se da favela" também foi arrancada. Em uma publicação, o pastor afirma que a instalação emite uma nota para o país.

"O Rio de Janeiro é a cidade na qual mais crianças são vítimas de bala perdida e policiais têm a vida interrompida pelo crime no mundo. Nós decidimos protestar contra isso montando essa instalação em um dos cartões postais da nossa cidade. Um vândalo passou por esse local e destruiu essa instalação, mas com foco nas placas dos policiais", disse.
De acordo com a Polícia Civil, imagens de câmeras de segurança também foram coletadas e serão analisadas. O caso será encaminhado para a 15ª DP (Gávea), que prosseguirá com as investigações. 

Manifestação em Copacabana

Esta não foi a primeira vez que ações de protesto e homenagem da ONG Rio de Paz foram desmontadas por cidadãos. Em 2020, a organização abriu 100 covas rasas na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, e fincou cruzes no chão para representar as vítimas mortas por Covid-19. Na época, um homem, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, derrubou as cruzes e provocou a revolta de parentes de vítimas da doença.

Após a derrubada das cruzes, o taxista Márcio Antônio do Nascimento, de 56 anos, pai de um jovem morto em decorrência da pandemia, recolocou a homenagem no lugar. “Meu filho está aqui, as pessoas precisam respeitar. Meu filho tinha 25 anos, não tinha doença pré-existente e morreu por conta desse vírus. Essa minha atitude é a dor que está contida aqui dentro e as pessoas não respeitam a dor dos familiares que perderam um parente”, desabafou.
*Estagiária sob supervisão de Adriano Araujo 
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