Cláudio CastroCleber Mendes/Agência O Dia
Publicado 02/02/2022 18:53 | Atualizado 02/02/2022 21:20
Rio - O governador Cláudio Castro, se pronunciou, na tarde desta quarta-feira (2), sobre a troca do titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Alexandre Herdy, que antes comandava a 10ª DP (Botafogo), agora será o responsável pela investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, crime que aconteceu em 2018 e ainda não foi totalmente esclarecido. Desde 2019, essa é a quinta vez que a especializada muda de titularidade.
"Até agora o que a polícia me passa, reiterando sempre que eu não me meto em investigação, é que será resolvido. Então, eles estão lutando para solucionar. Ninguém mais que eu, por ter sido colega da Marielle e era vereador quando aconteceu o assassinato dela, quero saber os mandantes e a Polícia Civil continua trabalhando duramente", afirmou Castro, durante coletiva de imprensa.
Após a mudança, o Instituto Marielle Franco se pronunciou no Twitter e lamentou a decisão. "3 anos e 11 meses sem respostas sobre quem mandou matar Marielle e o porquê, acordamos com mais uma notícia de mudança no caso na Polícia Civil. O quinto delegado a assumir a responsabilidade de trazer respostas sobre esse crime que chocou o Brasil e o mundo", começou.
"O Comitê Justiça Por Marielle vê com preocupação mais uma troca na investigação do caso, continuaremos acompanhando e pressionando por justiça e responsabilização dos culpados", disse a nota.
Herdy substitui Henrique Damasceno, que foi promovido ao cargo de diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa. Damasceno assumiu a DH em abril de 2021 após a prisão de Jairinho e Monique Medeiros como responsáveis pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos.
Entenda a dança das cadeiras da DHC
A dança das cadeiras na DH começou logo após a prisão de Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, apontados como executores de Marielle e Anderson. Na época, quem comandava a especializada era o titular Giniton Lages, que foi substituído por Daniel Rosa. O argumento apresentado para o afastamento de Lages era de que ele faria um intercâmbio na Itália. Rosa agora assumiu a 10ª DP, antes comandada por Herdy.
Em setembro de 2020, com o impeachment de Witzel e a troca no comando geral da Polícia Civil, o delegado Moysés Santana assumiu a cadeira de titular da DH. Ele ocupou o cargo por dez meses e depois, foi alocado para comandar a 18ª DP (Praça da Bandeira).
Nesta mesma época, Raquel Dodge, então Procuradora Geral da República, denunciou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que cinco pessoas teriam interferido nas investigações do assassinato de Marielle e Anderson. Dodge pediu a federalização do caso, mas a justiça negou o pedido.
Com as mudanças divulgadas nesta terça, é alterada também a titularidade da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) que ficará a cargo de Leandro Artiles de Freitas. O antigo responsável pela especializada, Uriel Alcântara, agora irá capitanear a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). 
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