Mãe de Ágatha, Vanessa Félix, foi a primeira a ser ouvida na audiênciaDivulgação/Tribunal de Justiça do Rio
Publicado 10/02/2022 09:07
Rio - A primeira audiência do caso Ágatha Félix, nesta quarta-feira (9), foi marcada pelo conflito de versões sobre o assassinato apresentadas pelos policiais militares e por pessoas que presenciaram o crime. Ontem, a 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) começou a ouvir as testemunhas de acusação do processo sobre a morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, na noite de 20 de setembro de 2019.

Na ocasião, a menina estava dentro de uma kombi com a mãe, quando foi baleada nas costas. Apontado como o autor do disparo, o cabo da Polícia Militar, Rodrigo José de Matos Soares, foi denunciado por homicídio qualificado. Ao longo de quase seis horas, seis pessoas foram ouvidas pela juíza Tula Corrêa de Mello, que presidiu a audiência.

Em depoimento, dois policiais militares que patrulhavam o local onde o crime aconteceu afirmaram que reagiram a disparos feitos por uma pessoa que estava na garupa de uma motocicleta. Entretanto, moradores da comunidade asseguraram que os tiros partiram dos militares. O motorista Moisés Atanázio, que dirigia a kombi, contou que ao descer do carro para ajudar alguns passageiros a retirar bolsas da mala do veículo, viu uma motocicleta passar em alta velocidade por trás do automóvel e um policial atirando em seguida.
Ele reconheceu o cabo Soares como a pessoa que fez o disparo. Ainda de acordo com a testemunha, os policiais não prestaram socorro à Ágatha. Moisés afirmou que, enquanto socorria mãe e filha, gritou para um dos policiais militares que estava no local que eles teriam baleado uma criança, mas os PMs não esboçaram nenhuma atitude no sentido de ajudar.

Antes de Moisés, a mãe de Ágatha, Vanessa Félix, foi a primeira a ser ouvida. Durante o depoimento, ela se emocionou ao relatar os últimos momentos ao lado da filha e quando percebeu que a menina havia sido atingida. A continuação dos depoimentos foi marcada para o próximo dia 3, a partir das 14h, porque algumas testemunhas de acusação indicadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) não compareceram.


 
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