Publicado 18/02/2022 12:18
Rio - A educadora Margareth Pereira, de 41 anos, relatou nesta sexta-feira a angústia pela demora na liberação do corpo da mãe, uma das centenas de vítimas fatais do temporal que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A moradora do Alto da Serra disse que o reconhecimento foi feito na quarta e criticou a burocracia para a remoção. fotogaleria
"Ela foi encontrada na quarta, por volta de 12h. Nós chegamos no IML, entregamos toda a documentação, saímos de lá muito tarde com a promessa de que eles ligariam para a gente voltar e liberar o corpo. Como eles não ligaram, fomos para lá às 6h da manhã de ontem e só saí às 22h com mais uma promessa de que liberariam o corpo hoje cedo, mas até agora nada", lamentou Margareth.
Segundo a educadora, muitas famílias estão na mesma situação. "Não é só o meu caso, a maioria das pessoas que estão lá não conseguem a liberação. Eles chamam os mesmos nomes, a mesma listagem desde às 6h. A lista não alterou, porque quando muda é um ou dois nomes só. Tem pessoas que foram até liberadas para serem enterradas, mas o nosso nome continua na listagem".
Margareth também criticou os profissionais do cartório e disse que deseja dar um enterro digno à mãe. "Teve uma moça que falou que se a gente falasse muito que eles iam acabar fechando e indo embora pra casa. Simplesmente fecharam às 17h o cartório que a gente precisa ir pra pegar o atestado de óbito. Não quiseram nem saber. Falaram que o juiz deu uma ordem para eles permanecerem abertos, o que não aconteceu e até agora estamos aí nesse sofrimento. Se eu não tivesse documentação, até entendia, mas tem documentação. Esperamos que hoje alguém faça alguma coisa por nós".
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