Publicado 18/02/2022 19:21 | Atualizado 18/02/2022 19:24
Rio - Ex-assistente de acusação do Ministério Público no caso Henry Borel, o advogado Flávio Fernandes sugeriu, em um áudio enviado a um colega, que estaria atuando também na defesa do ex-deputado Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, no processo da morte do menino de quatro anos. No áudio, divulgado pela Veja e obtido pelo DIA, Fernandes afirma que discutiu sobre o pedido de suspeição da juíza Elizabeth Machado Louro, titular da Segunda Vara Criminal do Rio.
"Uma hora, por exemplo, eu achei… Eu você, o Telmo [Bernardo Batista, advogado] também, achamos que tinha que colocar a suspeição antes. Falei ontem para o Coronel [Coronel Jairo, pai de Jairinho], mas a Flávia [Froes, advogada] falou que não, que era melhor depois do habeas corpus. E eu entendi que ela tava certa. Eu dei meu braço a torcer, não sou dono da verdade. Eu queria a suspeição, tava p… que não entrava com a suspeição. Mas a Flávia falou um troço certo. Espera a 7ª Câmara, vamos tentar esgotar lá. Beleza, certinho", contou.
Flávia Froes e Telmo Bernardo Batista atuaram na defesa do ex-deputado Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho. Uma possível atuação de defesa do vereador cassado pode ser considerada crimes de tergiversação, quando advogado atua com clientes que estão em conflito em um processo.
"Eu é que comando isso aí, porque eu fui assistente de acusação. E objetivo era eu entrar porque era assistente de acusação, o assistente de acusação que saiu do processo porque discordava dos métodos", disse o advogado em outro trecho.
Flávio Fernandes advogou para Leniel Borel, pai do menino Henry, até junho de 2021. Na época, ele pediu a retirada do nome dele dos representantes da assistência de acusação do caso. Em janeiro, o engenheiro decidiu entrar com uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra o advogado após suspeitar que ele estaria com os dois casos.
"Uma hora, por exemplo, eu achei… Eu você, o Telmo [Bernardo Batista, advogado] também, achamos que tinha que colocar a suspeição antes. Falei ontem para o Coronel [Coronel Jairo, pai de Jairinho], mas a Flávia [Froes, advogada] falou que não, que era melhor depois do habeas corpus. E eu entendi que ela tava certa. Eu dei meu braço a torcer, não sou dono da verdade. Eu queria a suspeição, tava p… que não entrava com a suspeição. Mas a Flávia falou um troço certo. Espera a 7ª Câmara, vamos tentar esgotar lá. Beleza, certinho", contou.
Flávia Froes e Telmo Bernardo Batista atuaram na defesa do ex-deputado Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho. Uma possível atuação de defesa do vereador cassado pode ser considerada crimes de tergiversação, quando advogado atua com clientes que estão em conflito em um processo.
"Eu é que comando isso aí, porque eu fui assistente de acusação. E objetivo era eu entrar porque era assistente de acusação, o assistente de acusação que saiu do processo porque discordava dos métodos", disse o advogado em outro trecho.
Flávio Fernandes advogou para Leniel Borel, pai do menino Henry, até junho de 2021. Na época, ele pediu a retirada do nome dele dos representantes da assistência de acusação do caso. Em janeiro, o engenheiro decidiu entrar com uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra o advogado após suspeitar que ele estaria com os dois casos.
À Veja, Fernandes confirmou a conversa com o colega de profissão, o advogado Lúcio Adolfo. Apesar de afirmar ter se encontrado com outros advogados no gabinete do pai de Dr. Jairinho, o deputado estadual Coronel Jairo (Solidariedade), ele negou ter cometido tergiversação: "Eu dei apenas uma opinião. Eram dois advogados que estão defendendo um cliente que eu atuo em outros processos. Acho que prejudica a defesa do meu cliente. Eu entendo que uma suspeição] pode prejudicar meu cliente nos processos monocráticos. Isso de forma alguma é tergiversação, que seria atuar nos processos”.
Novo interrogatório
No início de fevereiro, a Justiça do Rio marcou um novo interrogatório para o ex-vereador após o médico ter escolhido não responder às perguntas em audiência. A defesa do réu pediu que fosse marcada uma nova audiência para que Jairinho dê sua versão dos fatos após ter acesso a documentos, que segundo ele, garantirão sua defesa.
Após a fase de instrução e julgamento, em que o ex-vereador será ouvido, o processo passa às alegações finais e a magistrada vai decidir se o padrasto e a mãe do menino, Monique Medeiros, vão a júri popular pela morte de Henry.
A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, atendeu ao pedido da defesa de Jairo e agendou o reinterrogatório dele para o dia 16 de março de 2022. A magistrada também determinou que uma detenta seja retirada da cela em que Monique cumpre pena, após a ré relatar sofrer ameaças na prisão.
O Dia tenta contato com o advogado Flávio Fernandes, que não respondeu até o fechamento desta reportagem. O espaço está aberto para posicionamento.
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