Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Publicado 10/03/2022 18:29 | Atualizado 10/03/2022 18:30
Rio - Empresários do setor de ônibus vão se reunir, nesta sexta-feira, para discutir os impactos da alta de preços do óleo diesel. O aumento nos preços preocupa o setor, já que, no momento, os gastos com o diesel representam 33% dos custos de operação. Nesta quinta, a Petrobras anunciou o reajuste nos valores da gasolina e do óleo diesel, que ficaram com os custos congelados nas refinarias pelos últimos dois meses.  
Em nota, o Rio Ônibus fez um alerta para a situação do setor de transporte no Rio. "Com a alta do insumo, que já acumula mais de 100% nos últimos meses, o combustível passa a ser o item de maior peso na planilha de custos das empresas, o que, somado à queda da demanda, às tarifas congeladas e à falta de soluções por parte do poder público, torna cada vez mais difícil prestar o serviço que a população merece. Diante disso, fica evidente a urgência de um diálogo entre as partes envolvidas para que se encontre uma solução imediata", pediu o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos (NTU), o reajuste de 24,9% do óleo diesel nas distribuidoras terá um impacto médio de 7,5% no custo das empresas operadoras de transporte coletivo. Só em 2022, os reajustes acumulados do combustível já aumentaram os custos do transporte público por ônibus em 10,6%. Caso não haja uma ajuda de custos por parte do poder público, a expectativa da associação é de que o aumento seja repassado ao consumidor
“A guerra da Ucrânia está servindo como justificativa para aumentos abusivos e inoportunos. O Brasil precisa de uma nova política de preços para os combustíveis, que traga previsibilidade aos agentes econômicos e aos consumidores. Existem algumas propostas em debate no Congresso Nacional para conter o reajuste dos combustíveis, que podem ser melhoradas. Mas nem elas avançam, pela falta de consenso interno e de articulação do Governo”, afirmou o presidente executivo da NTU, Francisco Christovam.
No anúncio, a Petrobras afirmou que o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, enquanto, para o diesel, de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. A estatal também informou alta no gás de cozinha, que modificará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por 13 quilos. Os novos valores passam a valer a partir desta sexta-feira, 11.
Com os reajustes anunciados nesta quinta-feira, a gasolina terá alta de 18,77%, o que fez o valor do combustível subir mais do que o dobro em pouco mais de um ano. Já o diesel chega ao aumento de 24,9%, enquanto o GLP acréscimo de 16,06%. "Após 57 dias sem reajustes, a partir de 11 de março de 2022, a Petrobras fará ajustes nos seus preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras", disse em nota, a estatal.
Leia mais