Terminal Rodoviario Americo Fontenelle, aumento da passagem dos ônibus intermunicipais,nesta quarta feira (02), na foto Elaine Cristina.Marcos Porto/Agencia O Dia
Para a associação, o reajuste anunciado demanda com urgência uma forte atuação do governo federal para enfrentar o problema e oferecer soluções definitivas para a estabilização dos preços dos combustíveis, que passam pela reformulação da estrutura tributária incidente sobre o diesel e pela adoção de políticas de preços especiais para setores essenciais como o de transporte público.
A NTU alertou o governo sobre os impactos do diesel e pediu uma política diferenciada para o setor há dois anos, mas não obteve resposta. “O consumo de diesel do transporte público por ônibus nas cidades e regiões metropolitanas é de apenas 5% a 6% do total do consumo nacional; ter uma política diferenciada para esse segmento não impactaria significativamente a política de preços dos combustíveis”, completa Christovam.
De acordo com a associação, as empresas estão extremamente fragilizadas economicamente, pois não conseguiram se recuperar da pandemia e, agora, enfrentam este reajuste. "Isso vai causar o colapso financeiro de um número considerável de operadoras e levar a uma ruptura na prestação dos serviços, e quem sofrerá as consequências são os cidadãos”, alerta Christovam.
A NTU propõe também a adoção de duas medidas para resolver o problema: em primeiro lugar, a desoneração de todos os tributos que incidem sobre o diesel e demais insumos utilizados pelo transporte público, que representam, somados, uma carga tributária de 35,6%, extremamente elevada por incidir sobre um serviço essencial utilizado principalmente pela população de menor renda.
Em segundo lugar, o uso da parte que cabe ao governo federal dos resultados gerados pela Petrobras para compensar o impacto da alta dos combustíveis para os consumidores, em especial das empresas que prestam os serviços de transporte público. Só no ano passado, a Petrobras teve um lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões, sendo que o governo tem uma participação de 36,7% nesse resultado – que tende a aumentar com esses novos reajustes de preços.
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