Publicado 18/04/2022 17:40 | Atualizado 20/04/2022 20:19
Rio - A Justiça do Rio marcou para o dia 25 de julho segunda audiência de instrução e julgamento o caso da médica agredida no Grajaú, Zona Norte, após pedir para vizinhos abaixarem som em festa, em 2020. A próxima etapa terá o relato das testemunhas de defesa no caso da anestesista Ticyana Ferreira D'Azambuja. Seis pessoas são acusadas pelo ataque.
Na última terça-feira (12), o juiz André Ricardo Franciscis Ramos, da 28ª Vara Criminal, ouviu a médica Ticyana, o imão da médica e testemunhas de acusação, entre elas vizinhos e os militares do Corpo de Bombeiros que foram acionados para o local no dia do ocorrido, mas não teriam socorrido a vítima.
Advogado da médica, Guilherme Furniel, afirma a cliente ainda abalada com o fato ocorrido há quase dois anos teria pedido para prestar seus depoimento sem a presença dos seis réus. A médica foi ouvida pelo juiz para detalhar os fatos ocorridos em maio de 2020. O depoimento de Ticyana levou pouco mais de três horas e toda a audiência teve duração de cerca de oito horas.
"Ela tremia muito. O trauma foi devastador. Até hoje ela sente os danos físicos e emocionais causados por aquele momento de terror", contou o advogado da vítima.
A denúncia contra seis agressores feita por Ticyana foi aceita em março do ano passado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Entre os denunciados está um sargento do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) Luiz Eduardo dos Santos Salgueiro, 45, que chegou a ser afastado das ruas. Os réus respondem por crime de lesão corporal grave, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão.
Como foi o caso
Como foi o caso
Ticyana foi espancada por reclamar do som alto e da aglomeração em uma festa que acontecia ao lado de sua residência, no Grajaú. Imagens flagraram parte das agressões sofridas pela médica, que foi atacada com brutalidade e carregada por um dos frequentadores da comemoração. O incidente aconteceu no dia 30 de maio.
Após várias tentativas de fazer com que os responsáveis pela festa abaixassem o som, Ticyana desceu de seu apartamento, caminhou até o portão do imóvel onde acontecia a festa e, num momento de fúria, quebrou o vidro traseiro de um carro importado, estacionado na porta do local. O veículo era do sargento da PM que também é réu.
Logo em seguida, pelo menos três homens e uma mulher que participavam da comemoração correram atrás da vítima e começaram a agredi-la. Pelas imagens, é possível ver um dos homens carregando a vítima nas costas, enquanto outro a agride e uma mulher puxa seu cabelo. Outros vizinhos que tentaram pedir socorro e ajudar Ticyana, mas também acabaram agredidos pelo grupo.
De acordo com registro da Polícia Civil, à época, quatorze pessoas foram indiciadas, entre eles dois bombeiros que teriam omitido socorro a Ticyana durante as agressões. Duas pessoas acusadas de agredir vizinhos que tentavam ajudar a médica não foram acusados criminalmente e fizeram acordo, com indenização de R$ 12 mil.
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