Vinícius Hayden Witeze, ex-assessor parlamentar de Gabriel MonteiroReprodução / Redes Sociais
Publicado 18/04/2022 20:38
Rio - O ex-assessor parlamentar de Gabriel Monteiro (PL), Vinícius Hayden Witeze, mais conhecido como Vinícius Ziza, acusa o vereador de vazar seus dados pessoais do seu próprio celular. O aparelho já havia sido apreendido pela Polícia Civil no dia 7 de abril durante uma operação, mas só chegou à 42ª DP (Recreio), uma das unidades que investiga as acusações contra Gabriel, nesta segunda-feira.
Segundo o delegado titular, Luis Maurício Armond, foi feito um registro de coação no curso do processo após as alegações feitas pelo ex-assessor. Vinícius prestou um breve depoimento nesta segunda-feira, disse que o vazamento está lhe causando problemas, mas ficou de prestar maiores esclarecimentos sobre a denúncia em uma outra data, já que o celular ainda não tinha sido analisado pelo delegado. Até o momento, não foi estabelecida uma data para o próximo depoimento. 
O ex-funcionário do vereador disse em sua breve declaração que Gabriel usava suas horas de trabalho para planejar gravações de situações forjadas. O vereador já negou em depoimento todas as acusações em andamento sobre suas condutas.
Operação após vazamento de vídeo com menor de 15 anos
A operação para apreender eletrônicos em sete endereços ligados ao vereador Gabriel Monteiro (sem partido) aconteceu após o vazamento de um vídeo em que o parlamentar aparece mantendo relações sexuais com uma menor de 15 anos.
Após o vazamento do vídeo, a menor compareceu na 42ªDP (Recreio dos Bandeirantes), com os seus pais, e afirmou que autorizou a gravação. Mesmo que a gravação tenha sido consentida, filmar ou reproduzir cena de sexo com menor é crime previsto no código penal, com pena prevista de quatro a oito anos de prisão.
A decisão de busca e apreensão foi autorizada pelo plantão judicial, e é assinada pelo juiz Guilherme Chaves. O magistrado determinou a busca e apreensão de notebooks, computadores, tablets, celulares, kindles, smartphones, mídias portáteis e qualquer outro objeto que tenha relação com o crime praticado. O objeto é comprovar a autoria da filmagem e como ocorreu sua divulgação.
No total, quatro mulheres acusam Monteiro de estupro. Além disso, ex-funcionários e assessores o denunciaram por assédio sexual e moral. Por conta das denúncias, que foram veiculadas pela primeira vez pela TV Globo, no programa Fantástico, o vereador é alvo de processo de perda de mandato na Câmara.
Comissão inclui novas provas em processo de cassação
A Comissão de Justiça e Redação da Câmara dos Vereadores do Rio inseriu, nesta segunda-feira, duas novas provas ao processo de cassação do mandado contra o vereador Gabriel Monteiro(PL).
O conselho concluiu que os dois documentos atendem as regras formais. Em um dos documentos, seria a respeito de um vídeo, que veio à tona na última semana, em que o vereador aparece supostamente beijando o pescoço de uma criança de 10 anos. O segundo documento se refere à denúncia que o Ministério Público do Rio ofereceu no início do mês à 28.ª Vara Criminal por filmar uma relação sexual com uma menor de idade.
Neste momento, o processo será reencaminhado para o relator, o vereador Chico Alencar (PSOL), que têm até cinco dias úteis para citar o parlamentar sobre a abertura do procedimento. A partir daí, o vereador terá mais 10 dias úteis para apresentar sua defesa prévia.
O DIA não conseguiu contato com o vereador para falar sobre a denúncia do ex-assessor. O espaço está aberto para manifestação.
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