Publicado 05/05/2022 10:26 | Atualizado 05/05/2022 11:13
Rio - O presidente do MDB do Rio, Marco Antônio Cabral, publicou um vídeo manifestando sua indignação com a transferência de seu pai, o ex-governador Sérgio Cabral, para o presídio de segurança máxima Bangu 1. O ex-deputado federal argumenta que o pai não foi submetido a processo administrativo e que nada foi encontrado em sua cela. "Não é fácil, depois de 5 anos e meio sendo o último preso da Operação Lava-Jato, passar por essa covardia. Não tem outra palavra", declarou Marco Antônio, em sua conta no Instagram.
A Vara de Execuções Penais (VEP) determinou que Cabral e cinco oficiais da PM passem dez dias, iniciados na terça-feira (3), em celas individuais de 5,53 metros quadrados, sem sanitário, com apenas um buraco de latrina, na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino. A mudança é consequência de uma inspeção em que teriam sido encontradas regalias na cela do grupo, no Batalhão Especial Prisional, em Niterói, onde os seis cumpriam pena.
No vídeo publicado, Marco Antônio diz que a decisão foi arbitrária e que alvos de outras inspeções não tiveram a mesma punição. "A VEP em diversas inspeções em vários presídios, nem só nesse ano, mas também em anos anteriores, achou diversos itens, inclusive itens perigosos, e nenhum elemento foi parar no presídio Bangu 1", afirmou.
O presidente do MDB diz ainda que nada foi encontrado na cela do pai e que a determinação não deu direito ao contraditório. "Uma decisão que com certeza, eu creio em Deus, vai ser revista porque é uma decisão injusta. O ex-governador Sérgio Cabral sequer responde a um processo administrativo disciplinar, nada foi encontrado no local onde o ex-governador dormia", disse.
Ao lado de cinco outro detentos, o ex-governador Sérgio Cabral foi transferido na noite desta terça-feira (3) para o Complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, onde ficará preso em Bangu 1. A transferência foi uma ordem da Vara de Execução Penal (VEP), publicada na terça-feira (3), pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, da Corregedoria do Sistema Prisional, após a corregedoria da PM encontrar na cela onde estava o governador uma série de irregularidades e vestígios de tratamento diferencial aos detentos. Cabral e o grupo ficarão em isolamento cautelar em Bangu 1 por 10 dias antes de serem realocados em novas celas.
No despacho, o juiz afirmou que a inspeção revelou a inadequação da permanência dos presos na UPPMERJ, "que se cuida de estabelecimento penal militar que apresenta ambiência absolutamente diversa das demais unidades prisionais do Estado". Uma batida da corregedoria da PM encontrou R$ 4 mil em dinheiro, cigarros de maconha, celulares e notas fiscais de um restaurante árabe.
Cabral dividia a cela com o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, condenado pela morte da juíza Patrícia Acioli e mais quatro PMs: cabo Mauro Rogério Nacimento de Jesus, tenente Daniel dos Santos Benitez Lopez, capitão Marcelo Queiroz dos Anjos e capitão Marcelo Baptista Ferreira.
Governador do Rio de 2007 até 3 de abril de 2014, quando renunciou, Cabral está preso desde novembro de 2016. O jornalista e político acumula 22 condenações e somadas suas penas ultrapassariam 300 anos de prisão. Ele ainda é réu em onze ações. No total, são 33 processos penais enfrentados referentes à Operação Lava Jato. Cabral foi condenado por organização criminosa, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro, corrupção passiva, corrupção ativa, evasão de divisas, fraude em licitação e formação de cartel.
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