Sargento Bruno, preso, esteve diretamente envolvido em crime. Renato (detalhe) não resistiuMarcos Porto
Publicado 16/05/2022 17:44
Rio - Em audiência de custódia realizada nesta segunda-feira, o juiz Rafael Rezende converteu em preventiva a prisão em flagrante dos quatro envolvidos na morte do perito da Polícia Civil Renato Couto, 41, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio. Os militares da Marinha Manoel Vitor Soares, Daris Fidelis Motta e Bruno Santos de Lima, e Lourival Ferreira de Lima, dono de um ferro-velho, armaram uma emboscada para Renato, após discussões sobre roubo de peças e materiais de obra.
De acordo com o inquérito, Renato vinha sendo constantemente furtado em uma obra na Tijuca, e, por conta própria, começou a investigar. Ele encontrou parte do material em um ferro-velho na Radial Oeste e outras peças em outro ferro-velho na Praça da Bandeira. Ao tentar negociar o ressarcimento, como sugerido e arranjado, ele foi cercado e agredido pelo grupo, que o colocou em uma van da Marinha e depois o arremessou de uma ponte no Rio Guandu, onde seu corpo foi encontrado nesta segunda-feira. Bruno, Daris e Manoel levaram o veículo até um lava-jato para limpar os vestígios de sangue.

Na decisão, o magistrado destaca que os custodiados, presos após investigações, confessaram, de forma qualificada, o crime. E que, apesar do envolvimento de Lourival e Bruno, há indícios da participação efetiva dos quatro no assassinato. De acordo com os depoimentos prestados na delegacia, Renato, dentro da van, se identificou como policial civil e pediu para ser levado ao hospital, o que foi negado.

"Destaque-se o motivo fútil e a aparente premeditação do crime, cometido de forma brutal e covarde. Segundo o relato da testemunha presencial, mesmo após a vítima já se encontrar ferida por PAF e quase desfalecida, Lourival ainda lhe desferiu diversos golpes e, diante de um último esforço para evitar ser levado, o policial foi atingido por outro disparo realizado por Bruno e, em seguida, colocado no interior do veículo com o auxílio dos demais custodiados", ressaltou na decisão.
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