Delegada Adriana Belém deixava o dinheiro escondido dentro de bolsas de grife Arquivo/ O Dia
Publicado 23/05/2022 16:02
Rio - A Justiça do Rio rejeitou nova petição feita pela defesa da delegada Adriana Belém para conversão ou revogação da prisão preventiva, nesta segunda-feira.  Nesse novo pedido, os advogados da policial, que foi presa após pouco mais de R$ 1,8 milhão terem sido encontrados em seu apartamento na Operação Calígula, afirmam que ela vem sofrendo ameaças dentro do Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, Zona Norte do Rio, onde aguarda julgamento. Ela está presa desde o último dia 10.
O juiz Marcelo Rubiolli, da 1ª Vara Especializada da Capital, também negou a revogação da prisão do delegado Marcos Cipriano, Leandro Souza e Jefferson Monteiro da Silva. De acordo com os advogados, Adriana tem sido ameaçada por outras internas da unidade prisional que teriam se referido a ela como "alemã", devido ao fato dela ser policial. 
Adriana Belém está presa desde o último dia 10 de maio, quando foi presa por suposto envolvimento com o organizações criminosas que atuam na contravenção. Segundo os promotores de justiça, o valor de quase R$ 1,8 milhão encontrados em bolsas de grife no apartamento dela revelam fortes indícios do crime de lavagem de dinheiro.
Adriana Belém aguarda julgamento no Instituto Penal Oscar Stevenson, presídio em Benfica - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Adriana Belém aguarda julgamento no Instituto Penal Oscar Stevenson, presídio em BenficaReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Em nota a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), informou que Adriana Belém cumpre custódia em cela individual e sem contato com as demais presas da unidade.
Delegada licenciada
A delegada não trabalha diretamente na Polícia Civil desde janeiro de 2020, quando deixou a titularidade da16ª DP (Barra da Tijuca). A saída aconteceu durante a operação Intocáveis II, do Ministério Público do Rio, que prendeu seu braço-direito Jorge Luiz Camillo e o inspetor Alex Fabiano Costa de Abreu por atuação contra investigações que envolviam a milícia do Rio das Pedras e Muzema.
Para evitar a ligação com seu nome, a delegada optou por se afastar e, no mesmo ano, se candidatou a vereadora pelo Partido Social Cristão (PSC). Ela recebeu mais de 3,5 mil votos, mas não se elegeu. A campanha da delegada contou com apoio de personalidades como os ex-jogadores de futebol, Adriano Imperador, Amoroso, Deco, Djalminha, Edmundo, além dos artistas David Brasil, Dudu Nobre, MC G15 e Xande de Pilares.
A delegada é conhecida nas redes sociais como o Instagram, onde ela compartilhava fotos em festas, passeios de barco e em camarotes na Sapucaí.
Carro blindado
Na última sexta-feira, a Corregedoria de Polícia Civil pediu a apreensão de carro blindado que a delegada presenteou ao seu filho, de 18 anos. As investigações apontam que o veículo seria fruto da lavagem de dinheiro. Avaliado em cerca de R$ 180 mil, o veículo teria sido comprado em dinheiro vivo e registrado no nome do escritório de advocacia Richard Belém Sociedade Individual Advocacia, do sobrinho da delegada, Richard Henrique.
Outra relação apurada é o fato de a empresa MG Tech Blindagem, que seria da irmã de Joãozinho King, Lilian Maia. King é apontado como contraventor. 
A defesa da delegada foi procurada pela reportagem de O DIA, mas até o momento respondeu aos questionamentos.
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