Ato acontece na porta do Hospital Estadual Getúlio Vargas e na Avenida Brás de Pina, na PenhaMarcos Porto/Agência O Dia
Publicado 24/05/2022 11:09
Rio - O coronel Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar, disse nesta terça-feira que a facção criminosa que atua na Vila Cruzeiro, o Comando Vermelho, é responsável por mais de 80% dos confrontos armados no Estado do Rio de Janeiro. Até o momento, uma moradora e 22 suspeitos foram mortos e duas pessoas que ficaram feridas durante uma megaoperação conjunta do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na comunidade da Penha, na Zona Norte.
"Precisamos desbaratar essa quadrilha que já é hoje responsável por mais de 80% dos confrontos armados do Rio de Janeiro. Essa facção criminosa que opera ali na região da Vila Cruzeiro atua numa campanha expansionista em todo o nosso estado", afirmou em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
O porta-voz ainda reforçou a importância da operação, que tem o objetivo de prender criminosos que atuam no Rio e em outros estados do país e que estariam escondidos na favela.
"O objetivo ainda está mantido de buscar criminosos de outros estados que estão buscando abrigo aqui com essa facção criminosa, que opera na Vila Cruzeiro, no Jacarezinho, na Mangueira, na Providência e no Chapadão. Eles estão hospedando criminosos de outros lugares, entre eles, criminosos do Pará, que determinaram a morte de mais de 13 agentes públicos somente este ano", contou.
De acordo com a PM, os agentes foram atacados a tiros quando iniciavam a operação. Criminosos teriam atirado do alto da Vila Cruzeiro e a moradora, identificada como Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, foi atingida na Chatuba, comunidade vizinha do conjunto de favelas da Penha. A área foi isolada por uma equipe da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) para perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Blaz disse ainda que a morte de Gabriele é uma "realidade trágica". 
"Estamos falando de um confronto armado em que se usam armas de guerra, munições de alta velocidade, que cruzam longas distâncias. O sentido do tiro aponta para esse lado, a perícia já foi feita, já temos o corpo removido. Logicamente, esse resultado logo no início da operação já nos desestimula. Ele já é um fato lamentável, muito lamentável, uma família impactada por um resultado da violência".
Todos os feridos foram socorridos para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. 
Apreensões
Um helicóptero blindado da PM deu apoio aos agentes em terra. Até o momento, os agentes apreenderam 11 fuzis, nove pistolas, granadas e grande quantidade de drogas, ainda não contabilizada. Na localidade conhecida como Vacaria, dez motocicletas e seis carros usados por criminosos em fuga foram apreendidos.
Aulas interrompidas
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que 11 unidades escolares estão com as portas fechadas na região da Penha, por conta da operação. Os alunos estão tendo atividades realizadas de maneira remota. A medida de segurança segue o protocolo previsto e tem o objetivo de não expor funcionários e estudantes aos riscos. A pasta não informou quais escolas e a quantidade de alunos afetados.
Tiroteio assusta moradores desde a madrugada
Segundo relatos de moradores em redes sociais, há registros de intensos confrontos na área de mata. "Chapa quentíssima na Vila Cruzeiro", alertou um. "Tiroteio desde 3 horas da manhã na Penha. Ninguém tem paz nessa cidade", disse outro.
"Se você está deitado em sua cama nesse momento, você é privilegiado sim. Aqui na favela, já tem gente deitado no chão, no corredor, no beco e/ou no cantinho considerado mais seguro da casa. Não temos paz!", comentou mais um. 
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