Publicado 26/05/2022 17:28
Rio - A delegada Adriana Belém foi alvo de uma nova denúncia na última terça-feira (24) em um desdobramento da operação Operação Calígula, deflagrada no último dia 10 contra uma organização criminosa de jogo do bicho liderada por Rogério de Andrade e seu filho, Gustavo de Andrade. Na ocasião, foram apreendidos na casa da ex-titular da 16ª DP (Barra) mais de R$ 1,7 milhão. O dinheiro em espécie estava alocado em bolsas de grife no armário da agente pública.
A 2ª Promotoria de Justiça Criminal Especializada afirma na nova denúncia que Adriana escondeu em duas bolsas pelo menos R$ 1,7 milhão e a acusa de lavagem de dinheiro.
O sobrinho da delegada Richard Henrique Belém da Silva também recebeu uma denúncia pelo mesmo crime de lavagem de dinheiro. Ele é acusado de ter ocultado e dissimulado a origem ilícita e também a real propriedade do Jeep Compass que Belém presenteou ao filho. O carro blindado foi registrado em nome do escritório de advocacia do sobrinho. O preço em nota fiscal foi de R$ 146.178,43. Mas, segundo os investigadores, o valor real foi de R$ 181 mil, quitado em duas parcelas de depósito em dinheiro vivo. O dinheiro, segundo MP, era proveniente direta ou indiretamente de crimes.
Justiça nega HC
A Justiça negou nesta quarta-feira (25) pedidos de habeas corpus feitos pelas defesas dos delegados Adriana Belém e Marcos Cipriano. Os dois foram presos na Operação Calígula no último dia 10. A decisão foi do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da Sétima Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Eles são acusados de integrar uma organização criminosa liderada pelo contraventor Rogério de Andrade voltada à exploração de jogos de azar.
Em defesa de Marcos Cipriano, os advogados sustentaram a ausência de fundamentação, o fato de ele ostentar a condição de réu primário, bem como possuir bons antecedentes, além de não possui qualquer anotação negativa em sua ficha funcional.
Já a defesa de Adriana Belém pediu a revogação da prisão ou a decretação de prisão domiciliar. Em uma busca em sua casa, foi encontrada uma quantia de mais de R$ 1,8 milhão em espécie o que, de acordo com o desembargador, justifica a manutenção de sua prisão.
Já a defesa de Adriana Belém pediu a revogação da prisão ou a decretação de prisão domiciliar. Em uma busca em sua casa, foi encontrada uma quantia de mais de R$ 1,8 milhão em espécie o que, de acordo com o desembargador, justifica a manutenção de sua prisão.
Adriana Belém foi transferida na noite de terça-feira (24) para o Instituto Penal Santo Expedito, no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), ela passou por avaliação médica e ficará em cela isolada, sem contato com as outras presas. Anteriormente ela estava no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Norte.
Na segunda-feira o Tribunal de Justiça já havia negado um pedido de revogação de prisão preventiva. No pedido, os advogados da policial afirmam que ela vinha sofrendo ameaças dentro do presídio em que estava, por isso o desembargador determinou a transferência de cela.
Operação Calígula
A Operação Calígula, deflagrada no último dia 10, mirou uma organização criminosa entorno do jogo do bicho liderada por Rogério de Andrade e seu filho, Gustavo de Andrade. O grupo tinha como membro o ex-policial Ronnie Lessa, preso no Presídio Federal de Campo Grande pela execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
Dois delegados da Polícia Civil estavam entre os alvos: Marcos Cipriano e Adriana Belém, que estão presos. Na casa de Adriana, foi apreendido quase R$ 2 milhões em dinheiro. Ela também teria ajudado a viabilizar a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níqueis apreendidas em casa de apostas da organização criminosa.
Leandro de Souza Barbosa, conhecido por "Leandro R" ou "Leandro Abolição", e Jefferson Monteiro da Silva, também foram presos na ação. O bicheiro Rogério Costa de Andrade e Silva, além de outros réus, foram denunciados, mas continuam foragidos.
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