Publicado 31/05/2022 20:36 | Atualizado 31/05/2022 21:16
Rio - A jornalista Ana Luiza Dias, conhecida como Luka Dias, de 37 anos, vítima de agressão e cárcere privado, cometidos pelo ex-companheiro, Fred Henrique Lima Moreira, disse ao DIA que tem recebido ligações do celular do criminoso, que está preso desde o último dia 5. Segundo ela, foram duas ligações em dias diferentes.
"Na primeira vez, ninguém falou nada. Na segunda foi uma voz robótica dizendo: 'retire a queixa, retire a queixa'", diz.
Ao ser perguntada se acha que é Fred quem está ligando para ela dentro da prisão, Ana lembra que no dia em que ele foi preso, dentro do apartamento onde morava, na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, Zona Sul da cidade, o celular que era dele ficou no imóvel.
"Eu sei que um amigo dele pegou o aparelho lá depois. Acredito que ele já tenha entregado para a família, que no caso é a Thaís Macedo [mãe do filho de Fred], única pessoa que eu sei que ele tem contato. Pode ser ela que esteja me ligando a mando dele", aponta.
Luka afirmou ainda que procurou a 12ª DP (Copacabana), que investiga o caso, além da patrulha Maria da Penha, para falar sobre as ligações. "Os investigadores me disseram que iriam falar com a delegada e que ela levaria o caso para a juíza", conta.
Sobre temer se o agressor pode ir atrás dela em algum momento, a jornalista ressaltou que Fred é uma pessoa muito vingativa. "Ele é um psicopata, não tem sentimento. Eu prefiro nem pensar sobre isso. Espero que ele fique preso por muito tempo", argumenta.
Por fim, a jornalista contou sobre sua recuperação, já que teve fratura na mandíbula e quebrou alguns dentes. "Está tudo partido ao meio. Os dentes da frente estão moles. Estou tomando medicamentos super fortes e ficando de repouso. Sinto muita dor. Hoje comecei uma terapia e foi um dia que consegui relaxar um pouco", afirma.
Agressor vai a júri popular
No último dia 17, a juíza Adriana Ramos de Mello, do 1º Juizado Violência Doméstica Familiar, aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público contra Fred Henrique, para que ele fosse para o Tribunal do Júri. Na ocaisão, o MP considerou que Fred praticou crimes considerados hediondos.
Até então, caso estava sendo tratado como na Vara de Violência Doméstica, porém, a promotora Adriana Alemany de Araújo, considerou os crimes de tentativa de feminicídio e cárcere privado, suficientes para que o caso saísse do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, para ser tratado por um Tribunal do Júri.
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