Publicado 08/06/2022 16:34
Rio - O corpo do cuidador de idosos Reginaldo Avelar Porto, de 38 anos, foi enterrado sob forte comoção na tarde desta quarta-feira (8), no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio. O trabalhador foi morto por um disparado acidental que partiu da arma de um policial militar, na segunda-feira (6), na Avenida Marechal Rondon, no Sampaio. No local, era possível ver amigos e familiares com faixas e blusas em homenagem à vítima, além de pedidos por justiça. "Reginaldo, presente", "Paz nas favelas" e "Vidas negras importam" eram alguns dos dizeres.
A ex-esposa de Reginaldo, Aline Cristina, que estava no último adeus, contou à reportagem como era o convívio com ele.
"Era uma pessoa do bem. Todo mundo da nossa comunidade gostava dele. Era trabalhador, nunca se envolveu com nada. Ele era muito brincalhão. Nós estávamos separados mas éramos amigos. Nós temos um filho que morava com ele. Hoje está sendo um dia muito triste", desabafou.
Carlos dos Santos, cunhado de Reginaldo, também demonstrou o carinho que sentia pelo rapaz. "Ele era maneiro para caramba. A gente tomava cervejinha nos fins de semana. Eu dou minha cara a tapa por ele. Ele não fazia nada de errado. Não pode chegar na comunidade matando inocente, não", ressaltou.
Reginaldo foi atingido no momento em que fazia um bico em um lava-jato da região. De acordo com os policiais da UPP São João, que estavam no local, na tentativa de separar os envolvidos, a arma de um deles disparou acidentalmente. A vítima foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, onde já chegou morta.
Após a confusão, moradores da região fizeram um protesto na Avenida Marechal Rondon. Os manifestantes ocuparam duas faixas da pista próximo ao Viaduto Engenheiro Armando Coelho. A via chegou a ser interditada e houve reflexos no trânsito.
Policial envolvido está preso
De acordo com a Polícia Militar, o policial que portava a arma acionada participou do registro do fato na Delegacia de Homicídios da Capital e foi ouvido na 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). O militar permanecerá preso na Unidade Prisional da corporação até a audiência de custódia.
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o caso foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar). A investigação ficará a cargo da DPJM.
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