Publicado 10/06/2022 10:04
Rio - A filha caçula de uma das mulheres encontradas mortas em um apartamento de luxo no Flamengo, na Zona Sul do Rio, disse que a família decidiu cremar o corpo da diarista Alice Fernandes da Silva, de 51 anos.
Ainda abalada com a notícia da morte da mãe, Aline Fernandes, de 26 anos, disse que espera respostas: "Não faço ideia do motivo do crime. Ouvi essa história de que a Dona Marta teria se aborrecido com os pintores, mas acho estranho porque minha mãe sempre conversava sobre tudo comigo e ela não falou nada sobre isso. Há coisa de um mês, houve uma obra lá no apartamento, sim, mas se teve confusão com eles, não sei. Só sei que quero justiça, seja lá quem for o culpado."
Alice Fernandes trabalhava há mais de 20 anos para a família de Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, moradora do 12º andar do Edifício Murca, na Avenida Ruy Barbosa. As duas foram encontradas mortas com o corpo carbonizado e com os pescoços cortados, no fim da tarde de quinta-feira (09), no apartamento da Zona Sul.
Paraibana, Alice veio tentar a vida no Rio de Janeiro há mais de 30 anos, disse Aline, orgulhosa da mãe: "Ela criou os três filhos (Júnior, de 30 anos; Diogo, de 27 anos e Aline, de 26) com muita dedicação e esforço. Era uma mulher guerreira e muito feliz com a vida dela. Amava os seis netos que tinha. Trabalhava com a família da Dona Martha há mais de 20 anos. Eram pessoas muito boas e já ajudaram muito a minha mãe.".
Ainda sem entender o que aconteceu, a filha diz que, por enquanto, a família está botando energia na despedida da mãe: "Conversamos e decidimos que ela será cremada. Minha avó morreu em setembro, na Paraíba, e está enterrada lá. Então, vamos cremar aqui no Rio e levar as cinzas para jogar perto de onde está a minha avó. Com certeza, é o que minha mãe gostaria", afirma Aline.
Os corpos da diarista Alice Fernandes da Silva, de 51 anos, e de Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, estão no Instituto Médico Legal, no Centro do Rio. Na manhã desta sexta-feira, ao chegar para fazer o reconhecimento do corpo, o porteiro Hilário Rodrigues Leite, 62 anos, marido de Alice, comentou: "Alice tinha um coração enorme. Não sei o que aconteceu, mas acredito que ela tenha tentado defender a patroa".
O bombeiro hidráulico, Diogo Fernandes, de 27 anos, filho do meio de Alice, estava inconsolável. Chorando muito, ele contou que sempre deixava a mãe no trabalho: "Ontem mesmo eu dei um beijo na testa dela e falei que mais tarde ia buscá-la. Quando deu umas 15:30h, comecei a ligar, ligar e nada. Chegando no prédio, vi as ambulâncias e percebi que tinha acontecido alguma coisa com a minha mãe."
Ele afirmou que viu as imagens das câmeras de segurança e que havia dois homens, de boné, que foram autorizados a entrar. A suspeita é de que pintores que realizaram serviço no imóvel de Martha, há pouco mais de três semanas, tenham cometido o crime. Segundo explicou Diogo, o serviço já tinha terminado e já tinha sido pago integralmente, mas os homens estavam voltando e cobrando mais dinheiro à Martha. "Minha mãe de coração bom, dona Martha, também. Elas autorizaram que eles entrassem. Pelo que falaram, eram os pintores que fizeram o serviço na casa da dona Martha há um mês, mais ou menos. Eles tinham pele escura e estavam de boné. A filha da dona Martha, dona Leonora, contou que esses homens estavam coagindo, contando historinha triste e pedindo mais dinheiro. Já tinham voltado lá umas duas vezes. Aí minha mãe foi trabalhar normalmente e aconteceu tudo isso aí. É muita maldada fazer isso com duas mulheres indefesas", disse aos prantos.
Ele afirmou que viu as imagens das câmeras de segurança e que havia dois homens, de boné, que foram autorizados a entrar. A suspeita é de que pintores que realizaram serviço no imóvel de Martha, há pouco mais de três semanas, tenham cometido o crime. Segundo explicou Diogo, o serviço já tinha terminado e já tinha sido pago integralmente, mas os homens estavam voltando e cobrando mais dinheiro à Martha. "Minha mãe de coração bom, dona Martha, também. Elas autorizaram que eles entrassem. Pelo que falaram, eram os pintores que fizeram o serviço na casa da dona Martha há um mês, mais ou menos. Eles tinham pele escura e estavam de boné. A filha da dona Martha, dona Leonora, contou que esses homens estavam coagindo, contando historinha triste e pedindo mais dinheiro. Já tinham voltado lá umas duas vezes. Aí minha mãe foi trabalhar normalmente e aconteceu tudo isso aí. É muita maldada fazer isso com duas mulheres indefesas", disse aos prantos.
A amiga da família, Cássia Prudêncio, também falou sobre Alice: "Ela veio do Nordeste e morava em uma casa grande para ter a família sempre por perto. Ela dizia que quando veio pro Rio, só comia pão com guaraná natural pra poder economizar. Ela comprou a casa dela em São Cristóvão, onde morava e reunia os filhos e os netos, sempre."
Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, patroa de Alice, era a proprietária do imóvel. Ela deixa duas filhas e três netos.
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