Cintia MarianoFoto: Reprodução da TV Globo
Publicado 14/06/2022 16:19
Rio - O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Tribunal de Justiça do Rio, atendeu nesta terça-feira (14) ao pedido do Ministério Público e prorrogou por mais 30 dias a prisão temporária de Cíntia Mariano Dias Cabral, suspeita de envenenar os enteados Bruno e Fernanda Cabral. Bruno, de 16 anos, sobreviveu, mas a irmã, de 22 anos, morreu em 28 de março, depois de ficar 13 dias internada.
"O Ministério Público requer prorrogação da prisão temporária de Cintia Mariano Dias Cabral tendo como lastro a investigação da 33ª DP, a necessidade de se cumprir rapidamente as diligências remanescentes. A materialidade do tipo imputado à indiciada encontra-se evidente nas peças da presente investigação, notadamente no laudo de exame de material acostado ao index 56”, diz trecho do documento.
Para o magistrado, "somente a manutenção da prisão de Cíntia possibilitará a eventual aplicação da Lei Penal e a instantânea garantia da ordem pública, evitando-se a reiteração criminosa, o que indiciariamente já se viu nestes autos em razão do surgimento de elementos do segundo fato agora melhor apurado. Ademais, tal medida se mostra indispensável, reitero, para o êxito da investigação criminal".
No dia 2 deste mês, um laudo do Instituto Médico Legal (IML) detectou a presença de quatro "grânulos esféricos", de tamanhos variados, com uma cor que varia entre azul escuro e preto, encontrados no estômago de Bruno. De acordo com a perícia, essa forma de apresentação pode sugerir a ingestão de um raticida comercializado clandestinamente, conhecido como "chumbinho".
De acordo com a perícia, não foi possível detectar a presença de inseticidas ou outras substâncias tóxicas no material analisado. "Mesmo com a presença de grânulos, um resultado negativo é possível devido a fatores como: tempo decorrido entre a ingestão do produto e a coleta do material para exame, dose utilizada e intervenções hospitalares realizadas, como a lavagem gástrica", informa um trecho do laudo.
Atualmente, Cíntia Mariano está presa no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
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