Fernanda Carvalho morreu em março após ser envenenadaFoto: Reprodução / Redes Sociais

Rio - Suspeita de envenenar os dois enteados com chumbinho no feijão, Cíntia Mariano Dias Cabral, de 49 anos, não demonstrou arrependimento ao prestar depoimento na 33ª DP (Realengo), nesta sexta (20). Na delegacia, por orientações de seu advogado, Cíntia permaneceu em silêncio. Ela prestava depoimento à Polícia Civil quando teve a prisão temporária decretada e acabou presa. Apesar de conviver com os jovens há pelo menos 12 anos, a madrasta teria envenenado os irmãos por ciúmes do marido.  Envenenado no último domingo (15), o adolescente, de 16 anos, conseguiu escapar. A irmã dele morreu em março. 
De acordo com o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP, apesar de não confessar o crime, em depoimento, um filho biológico de Cíntia contou à polícia que a mãe admitiu a ele ter envenenado os enteados com chumbinho, veneno usado para matar ratos.
"Temos convicção que no caso do adolescente ela foi a responsável pelo envenenamento", disse o delegado que se referia ao rapaz de 16 anos, que era enteado da suspeita.
No último domingo, o adolescente começou a passar mal depois de um almoço na casa da madrasta. O rapaz contou ter comido um feijão amargo e com pedrinhas azuis. Levado ao hospital, o adolescente conseguiu escapar com vida. Após quatro dias, o jovem recebeu alta médica. O rapaz convivia com Cíntia desde quando ele tinha quatro anos de idade.
Cíntia também é suspeita de ter envenenado a irmã do adolescente, a jovem Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, que morreu no dia 28 de março. Ela teve os mesmos sintomas do que o irmão e chegou a ficar 12 dias internada antes de morrer. "A morte da jovem também será investigada",  informou o delegado.
Fernanda morava com o pai e a madrasta há cerca de um ano, em uma casa em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. Cintia  postou, nas redes sociais, vídeos em que desejava a melhora no estado de saúde da enteada.
Nesta quinta-feira (19), a madrasta tentou se matar. Levada ao hospital, ela teve a saúde restabelecida. A suspeita do envenenamento foi levantada pela mãe dos jovens, Jane Carvalho Cabral, que registrou o caso na 33ª DP.