Rafael Murmura Angelo, empresário e assessor de marketing de Gabriel Monteiro, presta depoimento ao Conselho de ÉticaCléber Mendes/ Agência O Dia
Publicado 14/06/2022 16:46
Rio - Os vereadores do Conselho de Ética da Câmara Municipal realizaram, nesta terça-feira (14), mais duas oitivas do caso Gabriel Monteiro (PL), que responde a um processo ético-disciplinar por quebra de decoro e é investigado por estupro, assédio e forjar vídeos na internet. O primeiro depoente foi Rafael Murmura Angelo, empresário e assessor de marketing do vereador, que disse ter recebido uma oferta de R$ 500 mil do ex-assessor Vinícius Hayden Witeze, morto em um acidente de carro na Região Serrana do Rio, para forjar provas contra Monteiro.

Ao chegar à Câmara dos Vereadores, Angelo disse que sua vida mudou após a exposição do caso e relatou uso de carro blindado e segurança pessoal.

"Me ofereceram um valor e eu fui à delegacia fiz o registro. Como deve ser feito por todo cidadão. Estou em defesa do meu caráter aqui e estou autonomeado como defesa do Gabriel Monteiro", disse o empresário.

Questionado pela imprensa sobre a suposta oferta de dinheiro, Angelo também acusou Witeze de estar envolvido com o que chamou de máfia dos reboques. Antes de morrer, o ex-assessor fez denúncias de assédio moral e sexual contra o vereador.


"Foi uma coisa que, pasmem, seriam R$ 600 mil e o Vinícius ia embolsar R$ 100 mil. Isso é muito importante ser falado. Ele ia me dar R$ 500 mil, eu tenho aqui no WhatsApp e posso mostrar a vocês. Está na delegacia, para eu forjar provas contra o vereador, montar provas. Como eu sou uma pessoa de alta confiança dele (Monteiro), porque cuido do marketing dele, eu poderia forjar provas contra ele e eu não acho isso correto. Eu acho que ele (Monteiro) tem que pagar pelo que tem que ser pago. A polícia vai fazer o papel dela, mas não cabe a mim forjar provas contra ninguém", disse o empresário, momentos antes de prestar depoimento.

Segundo o depoimento de Witeze, ele trabalhava nos vídeos de Gabriel Monteiro, sendo uma espécie de produtor. O ex-assessor arrumava personagens em situação vulnerável para os vídeos que seriam forjados, além de monitorar inimigos políticos de Monteiro. Antes do acidente, Witeze afirmava que estava sofrendo ameaças de morte. 

Angelo acredita que seu depoimento pode contribuir a favor do parlamentar no processo ético-disciplinar que corre na Casa.

"Eu não tenho muito relacionamento com o Gabriel, diretamente, diferentemente dos assessores parlamentares que sempre estão com ele. Eu falo muito com ele todos os dias pelo WhatsApp sobre publicidade, propaganda e tudo. Acho que vou contribuir não só com a questão do valor que me ofereceram em dinheiro, mas também no vídeo do salão. Tem um vídeo que ele parece que ele toca o seio de uma menor de idade, e eu também estava lá. Inclusive, eu que consegui o salão para fazer o ato caridoso. Como eu participo de vários momentos, para ajudar as pessoas também, eu estava ali e tenho filmado aqui (no celular) coisas que dizem ao contrário", disse o empresário.

Angelo também informou que acredita em provas forjadas contra o ex-PM: "Eu acho que tem, sim, muita coisa forjando provas (sic). Não estou em defesa do Gabriel Monteiro, estou em defesa do correto". 
*Colaborou: Cléber Mendes
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